Daniel Adrião apresentou a candidatura a secretário-geral do PS com a moção "Reinventar Portugal". Quer separar PS e Estado e está contra a acumulação da liderança com cargos no Governo.
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Daniel Adrião até escolhe António Costa como o melhor candidato a primeiro-ministro mas considera que, à frente do Partido Socialista, Costa "não consegue cumprir por inteiro as suas responsabilidades como secretário-geral" e que o PS precisa de um secretário-geral 100% dedicado ao partido, tal como tem um primeiro-ministro 100% dedicado ao país".
Na moção "Reinventar Portugal" que sustenta a candidatura à liderança do PS, Daniel Adrião considera que deve existir uma "separação entre partido e Estado" e propõe a realização de eleições Primárias Abertas para todos os candidatos a titulares de cargos políticos". Exemplos: secretário-geral, primeiro-ministro, deputados sejam nacionais, sejam europeus, além dos presidentes dos governos regionais e autarcas.
"Que fique claro, sem tibiezas: Defendemos que o nosso camarada António Costa, inequívoco vencedor das primárias do PS para candidato a primeiro-ministro, deve continuar a merecer a confiança dos militantes e cidadãos para liderar o Governo. Mas propomos a não-acumulação de funções de direção executiva no partido com cargos governamentais", disse aos jornalistas, Daniel Adrião que pertence à Comissão Política do PS e concorre às eleições diretas no PS marcadas para 11 e 12 de maio.
A atual solução encontrada por Costa de nomear Ana Catarina Mendes como secretária-geral adjunta merece críticas a Daniel Adrião por ter "um défice de legitimidade e de democraticidade".
Daniel Adrião defende ainda que o PS deve ter "Estados Gerais em permanência", criticando o facto de o Gabinete de Estudos estar sem ação.
A moção "Reinventar Portugal" foi esta tarde entregue a Carlos César, presidente do Partido Socialista com os subscritores a vincarem que "não é contra ninguém" apenas visa mostrar que "não existe unanimismo" no PS.
Ao receber o documento, Carlos César disse esperar que o congresso do PS marcado para os dias 25,26 e 27 de maio, na Batalha, possa ser um momento de liberdade e para melhorar a comunicação entre políticos e cidadãos".