Ao segundo dia, a resposta de Pedro Nuno aos “imigrantes” de Passos: “Respeito, respeito”
O líder socialista garantiu que "quem vem trabalhar para Portugal" deve ser olhado com respeito e avisa que sem imigrantes "eram vários os setores que paravam".
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Passaram dois dias desde o regresso de Passos Coelho,que alertou para o impacto da imigração em Portugal. Nas ilhas, por onde passou no início da semana, Pedro Nuno Santos nem tocou no assunto. Agora, pede “respeito” pelos imigrantes e destaca o contributo deles para a Segurança Social.
Foi em Leiria, num almoço-comício, que Pedro Nuno Santos reagiu ao tema que tem marcado a campanha eleitoral, cumprindo a promessa que deixou aos jornalistas ao final da manhã: “Daqui a pouco falo sobre isso”, disse, quando foi questionado pela primeira vez sobre o assunto.
“Somos humanistas e somos um país de imigração. Olhamos para quem vem trabalhar para Portugal com respeito. Respeitaremos sempre. Temos de marcar esta marca distintiva face a eles sem qualquer hesitação”, apontou. “Face a eles”, que é como quem diz, à direita, embora o secretário-geral socialista não tenha referido diretamente o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Também na economia, salientou Pedro Nuno Santos, a imigração é fundamental.
“Eram vários os setores que paravam se travássemos a imigração. Temos imigrantes que tornam ativos muitos setores que, de outra forma, não estariam”, apontou.
No discurso, também os números serviam de argumento, com o contributo dos imigrantes para a Segurança Social, cerca de 1600 milhões de euros ao ano, assim como para setores produtivos nacionais com dificuldades de mão-de-obra.
Mas Pedro Nuno Santos foi ainda mais longe: “As pensões em Portugal estão a ser financiadas por trabalhadores imigrantes”. “Respeito, respeito”, repetiu.
Também o socialista Eurico Brilhante Dias apontou o dedo à direita, que está “entalada” pelo populismo. O ainda líder parlamentar e número um pelo círculo eleitoral de Leiria lamenta que o PSD comece a “fazer o discurso da extrema-direita”.
“O diabo está também neste retrocesso civilizacional que a direita democrática entalada começa a fazer”, acrescentou.