Iniciativa de Bruxelas é considerada insuficiente pelos suinicultores portugueses que preferiam ver resolvido o embargo russo.
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O presidente da federação das suiniculturas considerou que a armazenagem de carne de porco contribui "temporariamente" para atenuar a crise no setor, mas significa apenas adiar os problemas.
"A armazenagem privada de carne de porco é uma medida comunitária que atenua temporariamente a situação, mas não resolve os problemas, apenas os adia", disse o presidente da Federação Portuguesa das Associações de Suinicultores (FPAS), Vítor Menino, à Lusa.
A iniciativa foi anunciada esta segunda-feira em Bruxelas pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, segundo o qual os produtores poderão receber, a partir de 04 de janeiro, apoios para armazenarem a carne em excesso durante um determinado período, relançando-a no mercado posteriormente, com preços mais favoráveis.
Mas para Vítor Menino, o que seria mais importante resolver em termos comunitários era o fim do embargo russo à carne de porco europeia.
Já a nível nacional, pediu mais fiscalização sobre a rotulagem, criticando a ASAE por não estar a desempenhar a sua missão e queixando-se da "grande pressão" que a distribuição exerce sob os preços, devido à política constante de promoções.
"A carne em Portugal e, em particular, a carne de porco tem os preços mais baixos da Europa, lamentou.
O dirigente da FPAS defendeu, por isso, que a tutela deve sentar à mesa os diferentes operadores -- indústria, distribuição e produção -- para que estes procurem compromissos, evitando que Portugal continue a ter preços mais baratos do que Espanha, apesar de ser deficitário na produção de carne de porco.
Vítor Menino exige ainda que os consumidores possam escolher entre comprar carne de porco nacional ou de outras origens, o que só será possível, frisou, se lhe for facultada informação na rotulagem.