Secretário-geral da CGTP diz que não é possível mudar de políticas quando "não se ataca as causas". À chegada ao Congresso do PCP, Arménio Carlos insistiu na necessidade de renegociar a dívida.
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"Mais do que constatar, agora é preciso agir. Foi importante a reposição [de rendimentos], mas não haverá solução para os problemas do país se não se atacar as causas. Quais são as causas? Tem de se renegociar a dívida", sublinhou Arménio Carlos à entrada para o segundo dia do XX Congresso do PCP.
Defendendo que "não é possível pagar", o secretário-geral da CGTP afirmou que a dívida "oprime o país" e que "está associada a um défice que corresponde a uma ditadura".
Nesse sentido, acrescenta Arménio Carlos, em tom crítico para com o Executivo socialista, "não se pode estar a procurar mudar as políticas quando não se ataca as causas que levaram o nosso país ao empobrecimento".
Segundo Arménio Carlos, ao não avançar para a renegociação da dívida e para uma revisão das condições do Tratado Orçamental, o Governo está a ir ao encontro de uma "contradição insanável".
São "questões de fundo" com as quais "é preciso romper", vincou o líder da intersindical, que disse ainda: "O que tem sido dito até aqui [no Congresso] aponta, claramente, para uma ideia de que é preciso ir mais longe e que o PCP será determinante para que essa política de progresso e de justiça social se venha a concretizar", concluiu.
À chegada ao Congresso do PCP, Arménio Carlos, sublinhou ainda outras áreas que a CGTP considera "fundamentais": desbloqueamento da contratação coletiva, descongelamento das carreiras na administração pública, aumento do Salário Mínimo Nacional e combate à precariedade.