As não-respostas de Marcelo: nem sobre Ana Paula Martins, nem sobre a Spinumviva
O Presidente da República reconhece que não tem todos os dados para comentar as novas conclusões da IGAS sobre a greve do INEM
Corpo do artigo
Habituado a comentar todos os assuntos da política nacional - muitas vezes, tirando o tapete a ministros, que acabariam por se demitir - Marcelo Rebelo de Sousa afirma agora que ainda não está em condições de abordar o relatório da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) que confirma uma morte durante a greve do INEM.
O Presidente da República esteve, nesta semana, em Moçambique, quando a IGAS apresentou novas conclusões referentes à greve do INEM e é essa a justificação para recusar, para já, comentar o caso.
“Estava entre Luanda e Maputo quando ouvi falar nesse relatório. Tenho de ver exatamente qual é o conteúdo, se há algum outro relatório complementar, e o que existe do ponto de vista do Ministério Público. Não me vou pronunciar”, atirou.
E o Presidente da República não desarmou, apesar da insistência dos jornalistas, depois de a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, recusar pedir a demissão, embora na legislatura anterior tenha garantido que saberia retirar as consequências políticas.
“A questão é a seguinte, eu para me pronunciar preciso conhecer o caso concreto e conhecer o relatório sobre o caso concreto e as declarações sobre o caso concreto e, neste momento, não estou em condições”, reforçou.
Nem se pronuncia sobre o “passado, presente e futuro” da ministra Ana Paula Martins que arrasta, desde o anterior Governo, um semblante frágil, com críticas constantes dos partidos da oposição, pelas várias crises no seu ministério.
O Presidente da República vai analisar a informação antes de avançar com um comentário concreto. E quanto à recusa de Luís Montenegro em entregar provas à Entidade para a Transparência dos trabalhos da Spinumviva? “Também não me posso pronunciar. Vi o título rapidamente na imprensa de hoje, mas não sei exatamente qual é o conteúdo, que tipo de procedimento, o que é que está envolvido e, portanto, não me vou pronunciar”, repetiu.
Outro assunto, mas a mesma resposta. O Correio da Manhã dá conta de que o primeiro-ministro interpôs um recurso no Tribunal Constitucional para não fazer prova dos serviços prestados pela Spinumviva. O Presidente da República admite que leu o jornal, mas não comenta.