O PSD defende que não faz sentido todo o país pagar por uma medida destinada às regiões mais ricas. Carlos César diz que é preciso pensar em pessoas, não em geografias.
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Em linha com as palavras de Rui Rio e Salvador Malheiro , David Justino considera que a redução dos preços dos transportes públicos é uma "medida boa, mas não é justa".
No programa da TSF Almoços Grátis, o social-democrata criticou a medida por ir buscar financiamento da medida provém do Orçamento do Estado, apesar de não abranger todo o território nacional.
"Uma coisa é existir um mecanismo de solidariedade para com as regiões mais pobres", como o Interior e as ilhas, outra é apoiar as "regiões mais ricas", ou pelo menos, mais "remediadas", defende. "Se fossem as câmaras a suportar a totalidade disto não haveria problema"
Em resposta, Carlos César reitera as palavras de António Costa : "Este não é um programa de Lisboa e do Porto" - abrange 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa e 21 da Área Metropolitana do Porto.
E foi pensado como um "programa nacional": o Governo espera que partir de 1 de abril cerca de 85% dos portugueses beneficiem de descontos nos transportes, uma percentagem que deverá atingir os 100% a 1 de maio.
"Não estamos a falar de regiões, estamos a falar de pessoas. E as pessoas que usam passes sociais não são os ricaços a que o PSD se refere", ironiza Carlos César.
David Justino tem outro alerta: se perante a redução do preço do passe as pessoas começarem a deixar o carro em casa, vai haver um aumento da procura dos transportes públicos para o qual o setor pode não estar preparado para responder.
É "preocupante a degradação das infraestruturas e do material circulante", nota o social-democrata, "vamos rezar aos anjinhos todos para que não tenham de ser suprimidos comboios ou barcos".
"Alguma coisa pode falhar, não digam depois que não foram avisados".
O chamado passe único que entra em vigor em abril vai ter apenas duas modalidades: o Navegante Municipal custará 30 euros, permitindo viagens dentro de cada concelho, e o Navegante Metropolitano custará 40 euros, permitindo deslocações nos meios de transporte públicos em toda a área metropolitana.
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Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues