Associação de Municípios quer que PS seja o "adulto na sala" e "viabilize medidas decisivas". CIP espera "equilíbrio entre economia e contas nacionais"
As expectativas da Associação Nacional de Municípios e da Confederação Empresarial de Portugal para a nova legislatura.
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A presidente da Associação Nacional de Municípios, Luísa Salgueiro, espera que o PS faça entendimentos pontuais com o partido no poder. Como isso já aconteceu em relação à escolha do presidente do Parlamento, Luísa Salgueiro está certa de que o mesmo se repita mais vezes.
"Parece-me inevitável que assim aconteça, como aliás o Partido Socialista já esta semana, nos primeiros dias desta legislatura, deu provas disso. Num momento decisivo foi o adulto na sala. Os portugueses sabem que podem contar com isso e muitas vezes teremos de ser esse adulto na sala que, em nome do superior interesse nacional, viabilizará medidas decisivas para as pessoas e que permitam que o país continue a avançar. Não podemos pôr em causa este momento único em termos de recursos internacionais para que o país possa progredir. É isso que todos esperam deste Governo", prevê na TSF Luísa Salgueiro.
Na Confederação Empresarial de Portugal (CIP) espera-se que o novo Governo possa reverter o ciclo dos últimos anos e siga um caminho em que o Estado não asfixie o crescimento da economia. O presidente da associação empresarial, Armindo Monteiro, considera que o que faz falta ao país é um equilíbrio permanente entre quem manda nas finanças e quem gere a economia.
"Não pode haver uma subserviência da economia ao orçamento como tem havido nos últimos Governos. Tem de haver um equilíbrio entre o que é economia, desenvolvimento económico e o que é o equilíbrio das contas nacionais. A economia tem de andar de braço dado com o orçamento e não com o orçamento a asfixiar a economia pensando apenas na política de cobrar impostos, arrecadar receitas e não ter essa visão do desenvolvimento económico. Por isso acreditamos e fazemos um voto de esperança muito grande de que estamos a entrar agora num novo ciclo", defendeu Armindo Monteiro.
A CIP defende que o novo Governo tem de avançar rapidamente com o prometido choque fiscal. Armindo Monteiro acredita que só assim Portugal pode deixar de ser um país pobre com impostos de ricos.
"É preciso libertarmos os portugueses e as empresas de uma asfixia fiscal que tem sido muito presente na realidade dos portugueses e das empresas. É necessário que se combate mesmo o desperdício, não acreditamos que o serviço melhore despejando apenas dinheiro em cima. É necessário que o serviço seja otimizado, que seja suficiente e isso não quer dizer menor investimento público. Havendo mais eficiência, a carga fiscal não precisa de ser tão elevada como infelizmente tem sido. Temos um país com impostos de ricos numa economia que é pobre", acrescentou Armindo Monteiro.