Autarca do Barreiro "frontalmente contra" encerramento de urgências de obstetrícia. Ministra "tem medo de enfrentar poder local"
Frederico Rosa acusa a ministra da Saúde de "desrespeito" em relação aos autarcas
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O presidente da Câmara Municipal, Frederico Rosa, assume estar “frontalmente contra” o encerramento das urgências de obstetrícia e ginecologia no concelho e lembra que a população servida por aquele centro hospitalar vai aumentar substancialmente nos próximos tempos.
Em causa está o anúncio da criação de um Centro Materno-Infantil para a Península de Setúbal, em Almada, uma solução avançada na quarta-feira no Parlamento pela ministra da Saúde para resolver o problema da falta de médicos nestas especialidades. No entanto, o jornal Público avança que, a prazo, esta decisão implicará o encerramento das urgências desta especialidade no Hospital do Barreiro.
“Não está em causa a construção do que quer que seja. O que está em causa é o encerramento dos serviços de urgência obstétrica que servem quatro concelhos, em crescimento, e que vão crescer mais por desígnio nacional”, adverte Frederico Rosa.
O autarca refere-se ao aeroporto e à Terceira Travessia sobre o rio Tejo e salienta que são infraestruturas que vão criar impacto no aumento da população e nos serviços que serão necessários, “não só na saúde, mas também nas escolas".
"Isto tem um impacto integrado”, salienta.
"Sim, estou frontalmente contra [o encerramento das urgências de obstetrícia], com o à vontade de ter sido contra quando estas notícias foram veiculadas por Governos do Partido Socialista, pelo anterior e pelo atual Governo", afirma o autarca eleito pelo PS.
Frederico Rosa afirma que estas notícias não são surpresa, uma vez que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, tem demonstrado "desrespeito pelos autarcas".
“É alguém que não quer enfrentar o poder local nos olhos e dizer a verdade”, critica.
O presidente de Câmara Municipal do Barreiro garante igualmente que está a tentar aumentar os cuidados de saúde primários no concelho "de uma forma sem paralelo" para ter cada vez mais pessoas seguidas, mas adverte que isso leva tempo.
“Mas isso não se faz dizendo que a solução definitiva é o fecho e não se faz tendo medo — é como o interpreto — de enfrentar o poder local”, afirma, numa acusação a Ana Paula Martins.