Os presidentes dos municípios de Tondela e Viseu apelaram ao consenso parlamentar na requalificação do IP3, entre Viseu e Coimbra, para assegurar que o investimento não cai na próxima legislatura.
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"Quem é que nos garante que o Governo que venha a seguir vai dar sequência ao projeto apresentado? Eu sugeri que faça este acordo com os autarcas - e estamos disponíveis para o fazer -, mas faça, ao mesmo tempo, em sede parlamentar, para que todos os partidos se revejam nesta solução, para que esta região não volte a andar para trás", afirmou o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, esta sexta-feira, após a apresentação do projeto de requalificação do IP3 do Governo aos autarcas da Comunidade Intermunicipal (CIM) de Viseu, Dão e Lafões.
O projeto, que tem uma dotação orçamental de cerca de 140 milhões de euros, deverá durar três a quatro anos e vai dotar o IP3 de perfil de autoestrada (duas faixas em cada sentido) em 85% da via, sem colocação de portagens.
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"Preferimos esta [solução] a não ter nenhuma", notou Almeida Henriques, frisando que, face à possibilidade de a intervenção terminar no final da próxima legislatura, o Governo deverá "chamar os partidos com assento parlamentar e apresentar a solução e lançar o desafio de a subscreverem".
No final da apresentação, também o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus, apelou a "um amplo consenso parlamentar para que estas decisões não sejam decisões que se extingam com eventuais mudanças políticas" nas eleições legislativas de 2019.
"A região não pode mais esperar. Vamos concretizá-la. Existe dotação orçamental e existe também vontade de toda a região, dos autarcas, mas também do movimento cívico e empresarial. Estão reunidas as condições para que possamos não desistir desta oportunidade", frisou.
José António Jesus sublinhou que será necessário melhorar algumas opções da requalificação do IP3, propondo a criação de uma alternativa - "portajada, que seja" - na zona da Livraria do Mondego, para garantir o maior troço possível em perfil de autoestrada.
"Estamos satisfeitos", comentou o presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), João Cotta, considerando que a solução apresentada "resolve 85% dos problemas" - ao transformar 85% do IP3 em perfil de autoestrada.
Esta requalificação "ajuda a resolver grande parte dos problemas de insegurança do IP3. Estamos conscientes que não somos um país rico e os empresários estão contentes, mas sempre numa perspetiva de melhorar cada vez mais", afirmou.
"Ideal seria 100% do traçado em via dupla. Não é a solução ideal, mas é um passo no caminho certo", vincou João Cotta.