"Bastam contas de merceeiro" para perceber que a Defesa precisa de mais verbas
Azeredo Lopes visitou tropas no Kosovo. É o primeiro contacto do novo ministro da Defesa com militares portugueses em missão no estrangeiro, e cumpre uma tradição, a visita perto do dia de Natal.
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Portugal tem 191 militares no Kosovo, no quartel Slim Lines, nos arredores de Pristina. Boa parte chegou em outubro, no movimento de rotação normal. Os militares portugueses estão integrados na KFOR, no KTM - Batalhão Tático de Reserva, uma unidade partilhada com o exército húngaro.
Durante a visita aos militares portugueses, com direito a uma demonstração de capacidades no controlo de tumultos, Azeredo Lopes afirmou que o próximo Orçamento do Estado deverá aumentar as despesas públicas das forças armadas, face aos cortes mais recentes. "Nos últimos anos as verbas para a Defesa sofreram cortes superiores a 40%. É preciso aproximar o que a lei estabelece e aquilo que é efetivamente disponibilizado", explicou o ministro. Caso contrário, Azeredo Lopes acredita que a Defesa vai ter problemas na modernização do seu equipamento. "Bastam contas de merceeiro", afirmou.
Azeredo Lopes foi muito concreto na explicação das contas que, no seu entender, dificultam o cumprimentos dos objetivos exigidos pela NATO. "Recentemente o orçamento para a Defesa sofreu um corte de 9,4%, o que fez com que o valor disponibilizado ficasse pela primeira vez em muito tempo abaixo de 1% do PIB. Olhando para os critérios da NATO, por exemplo o do esforço na segurança social de pessoal das forças armadas, onde gastamos à volta de 1,4% do PIB, o objetivo é atingir os 2%. Ainda temos uma boa autoestrada à nossa frente", sentenciou o ministro.