Mariana Mortágua, recebida em Belém para falar sobre resultados eleitorais, assume preocupação com crescimento da extrema-direita, mas assume-se desde já como "oposição forte". Coordenadora do BE pede "coerência" a Marcelo Rebelo de Sousa e insiste em eleições antecipadas.
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As perguntas podem ser feitas das mais variadas maneiras, mas Mariana Mortágua não sai da linha: o Bloco de Esquerda será "oposição determinante" a um governo de direita, independentemente dos resultados da emigração. Sobre a Madeira, a coordenadora bloquista apela à coerência do Presidente para que convoque eleições.
Sobre o verdadeiro motivo pelo qual foi chamada a Belém, Mariana Mortágua insiste na leitura de que "há uma viragem à direita no país com um crescimento muito preocupante da extrema-direita" e foi essa ideia que pretendeu vincar na audiência com Marcelo. Diz a líder do partido que "o BE está empenhado em ser uma oposição determinante e forte a este resultado da direita e a uma governação de direita".
Toalha ao chão nos votos da emigração? Sim. Desde logo, Mariana Mortágua lembra que o resultado já foi assumido por Pedro Nuno Santos, sublinha que "não há maioria de esquerda no parlamento" e aponta que "não é de prever que essa situação se altere com a contagem dos votos da emigração".
Mas outra preocupação que o Bloco levou até ao Presidente da República está relacionada com a Madeira. E insiste nessa tecla: "O PSD Madeira não tem condições para se manter no governo, independentemente da liderança desse governo. Achamos que há uma crise de regime e da governação do PSD na região autónoma da Madeira ao longo de décadas e a saída para uma crise política desta dimensão e com esta gravidade são eleições".
Daí, o apelo: "Defendemos isso na República e defendemos isso na Madeira, em coerência. E esperamos a mesma coerência por parte do Presidente da República".
Questionada sobre se está preparada para uma campanha, garante que sim, mas não deixa nenhuma pista sobre a leitura feita pelo Presidente da República nesta matéria. De resto, a solução só deverá ser conhecida mais adiante quando o Presidente da República voltar a ter o poder de dissolver a Assembleia Regional, ou seja, a partir de dia 24 de março.