
Henriques da Cunha/Global Imagens (arquivo)
Bloquistas apontam que a convocatória que está a circular nas redes sociais promove crimes de ódio e violência racial.
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O Bloco de Esquerda defende esta terça-feira que o Ministério da Administração Interna, a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) devem "impedir" a manifestação de "teor racista e xenófobo" que está a ser convocada por grupos de extrema-direita para o dia 3 de fevereiro em Lisboa.
Em comunicado, o partido alerta que este não é um "protesto", mas sim um "ato de ódio e intimidação sobre as pessoas" que vivem nas zonas do Martim Moniz, Intendente e Restauradores, "nomeadamente sobre comerciantes e as comunidades imigrantes".
Para o partido liderado por Mariana Mortágua, a iniciativa enquadra-se nas "atividades de propaganda organizada que incitem ao ódio e à violência contra pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua raça, cor, origem étnica ou nacional, ascendência, religião", que estão proibidas pelo artigo 240.º do Código Penal, e pede por isso a intervenção das autoridades competentes.
O BE associa-se também "ao repto lançado por um conjunto de cidadãos às autoridades e poderes públicos" e assinala que a "ação de rua" que está a ser convocada "não pode ser dissociada dos recorrentes episódios de violência racista e xenófoba, como os casos de agressões ocorridos em Olhão, no Alentejo e no Porto ou o assassinato racista nas Praias do Sado, em Setúbal, em novembro passado".
Um conjunto de ativistas antirracistas quer travar esta manifestação em Lisboa por considerar que é uma ameaça aos imigrantes e está a preparar-se para enviar uma carta aberta ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e a outros ministros.