BE avisa o governo que não tem maioria e diz que voto no OE2019 está em aberto
Bloquistas rejeitam que esteja aberta uma crise política mas insistem que a folga de 800 milhões de euros que o governo prevê este ano não deve ser usada para reduzir o défice. E admitem todos os cenários na votação do Orçamento do próximo ano.
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O que fazer com a folga nas contas públicas? Reduzir o défice ou investir esse dinheiro nos serviços públicos? A discussão foi lançada pelo Bloco de Esquerda que não gostou nada de saber que Mário Centeno tinha revisto em baixa o défice de 2018 de 1,1% para 0,7%. Menos 800 milhões de euros que os bloquistas queriam ver aplicados em tudo menos na redução do défice.
O dirigente do Bloco de Esquerda, Jorge Costa, lembra que "estamos a falar da forma como vamos aplicar o Orçamento do Estado que foi aprovado" e acusa o governo de ter introduzido "um fator de imprevisibilidade, de incerteza e de destabilização que é nova e não é aceitável".
No programa Política Pura, Jorge Costa dá como exemplo a decisão do Governo em não aumentar os Funcionários Públicos e critica ainda Mário Centeno por estar a antecipar o que vai ser o próximo Orçamento, para 2019, "antes de negociar com os parceiros". O deputado avisa que "não é aceitável que isso aconteça" e considera que "é muito estranho que isso aconteça".
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Mas, estaremos à beira de uma crise política? "Não há crise política nenhuma", esclarece o dirigente bloquista. O que está em causa, para o Bloco de Esquerda, é o cumprimento do que ficou acordado aquando da aprovação do Orçamento do Estado para este ano.
Quanto ao Orçamento para 2019, ano de eleições, Jorge Costa lembra que "o voto do Bloco de Esquerda está sempre em aberto". Num claro aviso aos socialistas, o deputado do Bloco lembra que "o próximo Orçamento, para existir, tem que ter uma maioria no parlamento."
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Quanto ao sentido de voto no projeto de resolução que o CDS já anunciou ao Programa de Estabilidade, o Bloco de Esquerda já decidiu: vai votar contra. "O Bloco de Esquerda votou sempre contra os projetos de resolução do CDS", lembra Jorge Costa, acrescentando que isso "não significa que não usemos todos os instrumentos parlamentares que temos ao nosso dispor", num claro sinal de que o Bloco poderá apresentar o seu próprio projeto de resolução.