Catarina Martins quer pôr um ponto final na especulação imobiliária e já apresentou propostas ao Governo socialista.
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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, anunciou este domingo que propôs ao Governo a criação de uma taxa para travar a especulação imobiliária, medida que espera ver aprovada no próximo Orçamento do Estado.
"Estamos a negociar tanto o prazo da operação em que se aplica a taxa como o valor da taxa, julgamos que esta é uma medida que vai para a frente. Se o Governo concorda connosco que ela é importante temos abertura para negociar prazos, valores, etc", afirmou Catarina Martins.
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A coordenadora do BE falava aos jornalistas no final de uma visita à feira do Relógio, em Lisboa, acompanhada por Manuel Grilo, vereador que substituiu Ricardo Robles no executivo da Câmara Municipal, após a polémica em torno de um investimento imobiliário do ex-vereador bloquista.
Segundo a líder do partido, a medida, hoje avançada pelo DN , foi proposta ao Governo PS em maio e terá um mecanismo semelhante à taxação "dos movimentos da especulação em bolsa".
"Quando alguém compra e vende num curto período e faz muito dinheiro paga uma taxa de imposto especial. Também no imobiliário, para travar a bolha especulativa, quem compra e vende num curto período de tempo com muito lucro paga uma taxa de IRS particular, penalizadora", precisou.
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A medida "não resolve tudo" mas "é um passo para travar a especulação" ao mesmo tempo que "angaria receitas para o Estado" e ajuda a controlar os preços da habitação, disse Catarina Martins, considerando importante que o valor da taxa tenha um efeito penalizador e não seja apenas "simbólica".
Sobre a forma como têm decorrido as negociações do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), Catarina Martins disse que a diferença face aos três anos anteriores foi "o Governo ter decidido fazer as coisas com menos tempo".
"Este ano o Governo decidiu fazer as coisas de uma outra forma, com menos tempo. Mas nós nunca perdemos a determinação nem a vontade de chegar às melhores soluções", disse, reafirmando o compromisso do BE "para a legislatura".