"BE cumpriu a lei." Mariana Mortágua vê “com bons olhos” investigação do MP a despedimentos no partido
Mortágua insiste que, dos cinco despedimentos noticiados pela Sábado, uma pessoa permanece a trabalhar no partido, outra era assistente local de um eurodeputado que "não foi eleito e esse vínculo extinguiu-se pelo Parlamento Europeu, automaticamente”, e o terceiro caso é de uma “pessoa que saiu por vontade própria”
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A coordenadora do BE negou esta quinta-feira que o partido tenha cometido qualquer ilegalidade no processo de despedimentos de trabalhadoras ou prejudicado a Segurança Social, e disse ver “com bons olhos” a investigação do Ministério Público.
“O Bloco de Esquerda não cometeu qualquer ilegalidade neste processo, estamos muito confortáveis e vemos com bons olhos esta investigação, porque ela terá ou poderá ter o mérito de esclarecer muitas notícias falsas que têm saído e de confirmar o propósito da ação do BE, que foi proteger estas pessoas”, afirmou Mariana Mortágua.
A líder dos bloquistas falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter anunciado esta quinta-feira a abertura de um inquérito para investigar despedimentos ocorridos no partido, a partir de 2022, havendo indícios de “falsificação de documentos à Segurança Social”.
Mariana Mortágua voltou a insistir que, dos cinco despedimentos noticiados pela revista Sábado na semana passada, entre 2022 e 2024, uma pessoa permanece a trabalhar no partido, outra era assistente local de um eurodeputado “e esse eurodeputado não foi eleito e esse vínculo extinguiu-se pelo Parlamento Europeu, automaticamente”, e um terceiro caso é o de uma “pessoa que estava associada também ao grupo europeu de deputados do BE, que saiu por vontade própria”.
Os restantes dois casos, de duas trabalhadoras que tinham sido mães há pouco tempo, fazem parte de um total de trinta despedimentos que o partido levou a cabo depois das legislativas de 2022, nas quais passou de 19 para cinco deputados e viu reduzida substancialmente a sua subvenção pública.
No caso destas duas trabalhadoras, o BE afirma ter chegado a um acordo para que a comissão de serviços não terminasse em março de 2022, como previsto, mas em dezembro desse ano, pelo facto de estas duas pessoas terem sido mães recentemente.
“Procurámos encontrar uma solução que protegesse mais essas pessoas do que a mera extinção da comissão de serviços. E isto foi feito às custas exclusivas do Bloco, sem prejudicar ninguém, sem prejudicar a Segurança Social e com o intuito de proteger estas pessoas”, defendeu.
A coordenadora do BE considerou que este caso “não retira legitimidade” política ao partido, que sempre teve como bandeira a defesa de direitos laborais, e recusou que a sua liderança esteja em causa com esta investigação.
