O BE diz que "episódio" sobre meta do défice para 2018 "ainda não terminou". Mas mantém "boa-fé" para negociações para OE 2019.
Corpo do artigo
A insistência do Bloco de Esquerda surge depois de o primeiro-ministro ter dito, ontem, que se trata "de uma mera alteração aritmética", o facto de o défice previsto para 2018 ter passado de 1,1%, como constava do Orçamento aprovado com os votos da esquerda, para os 0,7% inscritos no Programa de Estabilidade.
TSF\audio\2018\04\noticias\19\jorge_costa_desafio_21h
"Há uma votação a fazer e o PS, o PSD e o CDS têm de se pronunciar se querem fazer como Centeno diz ou se querem usar a folga a favor do Serviço Nacional de Saúde e outras prioridades sociais e de rendimentos das pessoas", desafia, na TSF, o deputado Jorge Costa.
No Programa Política Pura o deputado do Bloco diz que "as decisões ainda estão por tomar" e que a ideia que o Governo tem, pode "alterar-se se houver uma maioria na Assembleia da República que defenda que a meta do défice deve permanecer inalterada". O BE considera ainda que "a folga" (que o ministro das Finanças já disse "não existir") deve ser "utilizada para aprofundar a dinâmica de crescimento".
Questionado sobre que lições retira para a negociação do orçamento de 2019, Jorge Costa afirma que o Bloco vai "negociar de boa-fé" tentando encontrar um documento final onde "dentro das limitações de Bruxelas, haja condições para prosseguir com soluções que têm contribuído para uma solução em que a economia está melhor", apesar de persistirem "enormes injustiças, muita pobreza entre os idosos, precariedade em quase todos os contratos celebrados e um salário mínimo que continua em valores demasiado baixos".
Para o ministro das Finanças o tom é crítico: Jorge Costa diz que as "intervenções recentes", com "pendor político" não ajudam mas acredita que, como na negociação do último orçamento de Estado será possível ter alguns ganho de causa.
"No orçamento anterior conseguimos acabar com as cativações na saúde, apesar da resistência muito grande de Mário Centeno. Estamos abertos ao diálogo até ao último dia de negociação", garante o deputado bloquista.