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Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda considera que o governo cedeu às pressões e prazos impostos pela Comissão Europeia, prejudicando desta forma a estabilidade do sistema financeiro português.
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A deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, acusa o governo de estar a tomar medidas à pressa e de se subjugar à vontade europeia. A deputada afirma que as instituições europeias já mostraram que não defendem os interesses do país.
"Nós entendemos, tal como no caso do Banif, que estas pressões, estas pressas das instituições europeias prejudicam a estabilidade do sistema financeiro português", diz Mariana Mortágua.
"Não podemos continuar a capitalizar bancos, seja com dinheiros públicos, seja através do "bail in" [resgate interno], seja da passagem de certo tipo de credores para o banco mau, mas ainda assim capitalizar esses bancos e entregá-los para reforçar o poder de novos bancos privados, que já se provou a longo prazo irem acumular problemas e necessitar de mais intervenção", acrescenta a deputada.
Mariana Mortágua considera ainda que "não há nenhum motivo para esta pressa na venda do Novo Banco, que não seja a subjugação às regras europeias e à vontade europeia, que tem demonstrado ser contra os interesses do país"
Mariana Mortágua critica ainda o governador do Banco de Portugal, afirma não compreender como é que Carlos Costa continua a liderar processos que envolvem o sistema financeiro português, após vários processos falhados.
A deputada do Bloco de Esquerda sublinha que os atuais problemas do Novo Banco resultam de erros anteriores, cometidos pelo Banco de Portugal, no processo do BES.