Estrutura concelhia aprovou nome da atriz Carolina Serrão para candidatura autárquica a Lisboa, apurou a TSF, numa altura em que decorrem contactos informais para coligação de esquerda na capital. Nome ainda tem de ser aprovado por plenário de militantes na próxima semana.
Corpo do artigo
Carolina Serrão, atriz de 35 anos e dirigente do Bloco de Esquerda, foi escolhida esta quinta-feira pela concelhia do partido para encabeçar a candidatura autárquica à Câmara de Lisboa. O nome ainda vai ter de ser ratificado pelo plenário de militantes, na próxima semana, onde também deverá ser levantado o tema da eventual coligação de esquerda para a câmara da capital.
Com experiência em teatro e cinema, o nome de Carolina Serrão surge numa altura em que a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, apenas vai dizendo publicamente que a candidatura do Bloco seria apresentada em breve, sem nunca fechar a porta a uma coligação de esquerda. Muito pelo contrário.
"Estamos disponíveis para fazer um diálogo sobre como é que combatemos a especulação, como é que resolvemos o problema da habitação, como é que resolvemos o problema do lixo, como é que resolvemos o problema da mobilidade em Lisboa. Se esse diálogo vai ter frutos ou não, vai depender precisamente do que for possível alcançar nessa conversa", sublinhou Mariana Mortágua já depois de ter sido avançado o nome de Alexandra Leitão por parte do Partido Socialista.
Ainda com os partidos em recato sobre esta matéria, a TSF apurou que têm existido "conversas informais" entre os partidos, mas nada além disso. De resto, a própria concelhia do PS só vai reunir na próxima semana para aprovar o nome da líder parlamentar socialista. Só depois disso é que o diálogo pode vir a ganhar forma oficial.
No entanto, a expectativa de entendimento é elevada, com figuras nos dois partidos a acreditar que é possível essa convergência para a câmara da capital. Em caso de efetivação da coligação, Carolina Serrão será o primeiro nome do Bloco para uma vereação no município, tendo sido candidata pelas listas do Bloco, nas últimas legislativas, em oitavo lugar pelo círculo de Lisboa.
BE acusa Moedas de usar câmara municipal como "máquina de propaganda"
Num comunicado, entretanto, enviado pelo partido, as críticas a Carlos Moedas chegam com estrondo. Diz o partido que esta candidatura está preparada para enfrentar a política do autarca que "neste mandato favoreceu os unicórnios e a especulação imobiliária, agravando as crises da habitação, do trânsito, da higiene urbana e da exclusão social."
"Em três anos, as rendas e o preço das casas escalaram, o trânsito aumentou e os transportes públicos reduziram, o lixo acumulou-se por toda a cidade e o número de pessoas em situação de sem-abrigo aumentou a um ritmo alarmante. Nesses anos, Carlos Moedas usou a Câmara de Lisboa como uma máquina de propaganda pessoal, culpando outros pelos seus erros, chegando a promover uma política xenófoba e racista ao repetir a falsa associação, típica da extrema-direita, entre imigração e criminalidade", termina o partido na oficialização do nome de Carolina Serrão.
*Notícia atualizada às 23:03 com comunicado do Bloco de Esquerda