Bloco quer "repensar" a forma como se resolvem os buracos no sistema financeiro
Catarina Martins lembra que o partido tem feito propostas nesta matéria. A porta-voz do Bloco de Esquerda dá como exemplo uma iniciativa no Parlamento que visa que os auditores bancários "não sejam pagos pelos próprios bancos" em que prestam serviço.
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"Precisamos de repensar a forma como pensamos os buracos no sistema financeiro e as perdas dos contribuintes", assinalou a bloquista, que intervinha num fórum de ideias promovido em Lisboa pela candidatura presidencial de Marisa Matias, que concorre a Belém com o apoio do BE.
O Bloco, lembrou Catarina Martins, tem vindo a apresentar propostas a nível parlamentar sobre o sistema bancário, nomeadamente que os auditores das entidades "não sejam pagos pelos próprios bancos" em que prestam serviço.
O partido, prosseguiu a porta-voz, defende também o "controlo público em nome do interesse público quando o dinheiro público está em jogo" no sistema financeiro.
Catarina Martins lembrou ainda os despedimentos em anos recentes na banca: "Tudo indica que poderemos ter mais. É um sistema sobredimensionado e que com as sucessivas crises começa a despedir centenas de trabalhadores", recordou, acrescentando que é preciso "debater formas de responder" a estes trabalhadores que perdem o emprego.
Elogiando a candidata Marisa Matias, a bloquista lembrou que a eurodeputada e candidata a Belém "não tem no seu círculo próximo de amigos nenhum banqueiro que esteja a arruinar Portugal", numa declaração que pode ser lida como uma referência ao candidato Marcelo Rebelo de Sousa e à sua proximidade ao antigo líder do Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado.
"Não precisamos de ter uma bola de cristal para perceber o q aconteceu e poderá continuar a acontecer se nada for feito", acrescentou ainda, também numa referência ao sistema financeiro e aos problemas nos bancos.
Na sua intervenção, Catarina Martins não apontou em concreto o atual problema do Banif (banco em processo de reestruturação desde 2012), mas chamou a atenção para o "buraco" financeiro "grande como sempre, ou talvez maior que nunca", que Portugal tem resultante de problemas em anos recentes em torno de entidades como o BPN, o BES ou o BCP.