Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda lamentou a mudança de posição do Governo depois de dois anos de negociação.
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O Bloco de Esquerda avisa que vai votar contra todas as medidas laborais acordadas em concertação social que criem precariedade.
O acordo foi assinado na segunda-feira pelo Governo e parceiros sociais, à exceção da CGTP.
Questionada pelos jornalistas, a coordenadora do Bloco, Catarina Martins, lamentou que o governo tenha incluído medidas que não foram negociadas e deixou o aviso.
"Lamentamos que o Governo, com acordo com as confederações patronais e sem discutir isso com os seus parceiros no parlamento, tenha decidido incluir medidas de sinal contrário aquelas que tinham sido negociadas, nomeadamente o aumento do período experimental, o aumento de duração dos contratos de muito curta duração ou os contratos orais. Tudo formas de precariedade que, como compreendem, o Bloco de Esquerda não pode aceitar", explicou.
Catarina Martins salientou que a prioridade do Bloco é combater a precariedade e lembrou que "não é a Concertação Social que decide, quem decide é o Parlamento, e o Bloco de Esquerda no Parlamento cumprirá os termos exatos do que tinha acordado com o PS e com o Governo. Aliás apresentamos propostas que reproduzem os acordos que fizemos nessa matéria".
No final de uma reunião com profissionais da Saúde, a coordenadora do BE lamentou ainda a mudança de posição do Governo. "Ninguém está à espera que o Bloco mude de posição. Nós lamentamos que o Governo tenha mudado de posição. O BE não mudou de posição, vai cumprir aquilo que tinha acordado com o PS e com o Governo. Vai votar essas medidas e não outras. Nós nunca desdizemos aquilo que já acordamos".
As alterações à lei laboral vão a debate na Assembleia da República no dia 6 de julho.