O deputado Paulo Trigo Pereira anuncia apresentação de um diploma. No Parlamento, a presidente da CRESAP negou "pressão do Governo" mas manifestou preocupação pela recusa dos nomes propostos para a DGAEP.
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Júlia Ladeira, presidente da CRESAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública), assume "preocupação e perplexidade" perante a recusa do Governo dos nomes que constavam da "shortlist" que resultou do concurso público para o cargo de diretor-geral da Administração e do Emprego Público.
"Foi a primeira vez que não houve aceitação da lista de designação", lembrou Júlia Ladeira considerando que esta recusa se se tornasse regra levaria a que tivessem de ser feitos concursos e alterados os perfis até ser encontrada a pessoa para o cargo.
A presidente da CRESAP esteve no Parlamento, a pedido do PSD, para explicar a situação gerada depois de um despacho onde a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público recusou os três nomes indicados pela CRESAP, argumentando que, no período de seleção ter sido identificado "um candidato com perfil mais compatível com as orientações estratégicas definidas".
A secretária de Estado Fátima Fonseca decidiu na altura nomear Vasco Hilário como diretor-geral em regime de substituição e o Ministério da Finanças pediu a abertura de novo concurso ainda "em análise" pela CRESAP, disse Júlia Ladeira, na Comissão Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.
Numa audição em que o PSD acusou o executivo do PS de querer criar "um candidato à medida, foi consensual que, sete anos depois da criação da CRESAP, é altura de avaliar e, se necessário alterar os processos.
O antigo deputado do PS, atual deputado não inscrito, Paulo Trigo Pereira anunciou que vai apresentar um diploma sobre a matéria, explicando que existem vários modelos desde "aqueles quem que muda toda a estrutura dirigente como nos Estados Unidos" até aqueles em que "nem os secretários de Estado mudam, como na Dinamarca".
Rita Rato do PCP disse que o modelo "híbrido" não tem sido eficaz porque se trata de um"concurso por nomeação" em que " a última palavra cabe ao Governo". Todos os partidos sinalizaram a disponibilidade para mexer na lei.