A eurodeputada do Bloco de Esquerda formalizou a recandidatura ao Parlamento Europeu.
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A cabeça de lista do BE às europeias considerou que a saída do Reino Unido da União Europeia é uma "novela triste", mas admitiu que a extensão do 'Brexit' até final de outubro deverá levar a um acordo.
"Já se fala no 'halloween Brexit', é só mesmo o que faltava para juntar a esta novela triste que tem sido o 'Brexit'", disse Marisa Matias aos jornalistas, à margem da entrega da lista com os candidatos do BE às eleições europeias no Tribunal Constitucional, em Lisboa.
Questionado sobre a extensão para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) até 31 de outubro, a candidata do BE recordou que este tem sido "um processo muito complicado".
"Do ponto de vista daquilo que é gerar confiança na vida das pessoas foi muito complicado, uma enorme barracada que não favorece nem a imagem das instituições britânicas, nem das instituições europeias, foi o resultado também de uma concessão que as instituições europeias fizeram a David Cameron, e agora a Theresa May [primeira-ministra britânica], para se manterem no poder pelo poder", afirmou Marisa Matias.
Na opinião da candidata do BE, "o importante é chegar a um acordo".
Por isso, defendeu, "se é preciso uma extensão para que esse acordo seja obtido, que se dê essa extensão, mas que se chegue a um acordo", pois "a saída sem acordo não é benéfica para ninguém".
"Já tivemos dois anos, se agora é preciso até outubro, que seja até outubro, mas que se chegue a um acordo, que se respeite a vontade do povo britânico e se salvaguarde os direitos das pessoas, que são as menos consideradas nesta novela, onde parece só interessar manter o poder e não tratar verdadeiramente dos problemas concretos que muita gente está a assistir, em enorme ansiedade", salientou.
Falando dos cidadãos europeus e portugueses que vivem no Reino Unido, Marisa Matias apontou que "essas pessoas não podem viver numa incerteza permanente de não saberem o que é que lhes vai acontecer e, por isso, o acordo é necessário".
"Houve uma trapalhada criada pelas autoridades britânicas e pela União Europeia, há uma proposta de acordo que deve ser renegociada, há problemas que têm de ser resolvidos para acautelar aquilo que são impactos na vida concreta das pessoas, e é isso que tem de ser feito, respeitando aquilo que foi obviamente a vontade do povo britânico", assinalou.