Brilhante Dias pede prudência aos presidenciáveis: "Não saltem para a piscina sem terem boia sólida do PS"
O antigo líder parlamentar do PS avisa os possíveis candidatos que devem aguardar pelo apoio do partido
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Mário Centeno, António José Seguro ou Augusto Santos Silva são alguns dos nomes em cima da mesa para as eleições presidenciais, e podem obrigar Pedro Nuno Santos a ter de tomar uma decisão. Contrariando “erros” do passado, o secretário-geral do PS já garantiu que o partido apoiará um candidato, numa tentativa de contrariar divisões internas. Em declarações à TSF, o antigo líder parlamentar socialista Eurico Brilhante Dias aconselha também os possíveis candidatos a não entrarem na corrida antes de tempo (ou seja, sem que o PS dê um sinal).
Na política, Brilhante Dias ficou com o selo de “segurista”. Apoiou o antigo secretário-geral do PS, foi um dos braços direitos de António José Seguro, apesar de, mais tarde, ter ocupado secretarias de Estado com António Costa, além de liderar a bancada socialista na última maioria absoluta.
Considera que o PS deve “emendar o erro dos últimos anos”, quando se dividiu nas eleições presidenciais, “procurando manter a unidade do partido e apoiar um candidato forte” da família socialista. Uma ideia que segue a linha de Pedro Nuno Santos.
Para os possíveis candidatos, a palavra de ordem é “cautela” e devem “perceber que mais importante do que ser candidato a Presidente da República é ser Presidente da República”. Ou seja, só com “o apoio unido do PS e dos socialistas portugueses” haverá condições para que o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa seja socialista.
O conselho de Eurico Brilhante Dias é para que “não saltem para a piscina sem terem uma boia sólida como é o Partido Socialista”. A discussão deve ser interna, numa primeira fase, num momento que será “definidor também para o êxito da candidatura presidencial”.
“Devemos internamente discutir, e esperamos, evidentemente, que cada um dos possíveis candidatos olhe para esse momento como um momento definidor, um momento em que o apoio do PS é definidor também para o êxito da sua candidatura presencial”, sublinha o socialista à TSF.
Questionado para que lado se inclina, Eurico Brilhante Dias rejeita “ferir o seu princípio fundamental” e garante que colocará a cruzinha “naquele que coletivamente o PS apoiar”. Os elogios são extensíveis a todos os pré-candidatos, sem exceção: António José Seguro, Augusto Santos Silva, Mário Centeno e António Vitorino.
Críticas a Marcelo e a Cavaco
A unidade pedida pelo antigo líder parlamentar surge depois de 20 anos sem que o PS tenha conseguido sentar-se em Belém, com Marcelo Rebelo de Sousa e Aníbal Cavaco Silva a presidirem “longe do perfil de Mário Soares e Jorge Sampaio”, que foram “Presidentes de todos os portugueses”.
“Infelizmente para o país, os últimos Presidentes estão longe da capacidade política e do exercício do cargo de Mário Soares e de Jorge Sampaio”, sintetizou, numa referência aos mandatos de Marcelo Rebelo de Sousa e de Cavaco Silva.
As eleições presidenciais vão decorrer apenas no início de 2026, mas já se começam a perfilar candidatos para a sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa. Na primeira metade do próximo ano, os candidatos devem confirmar a ida a votos.