Atualmente é 59 por cento e muitos aterros estão a esgotar a sua capacidade — alguns já a partir de 2027
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Bruxelas exige que dentro de uma década só se envie para aterro dez por cento do lixo produzido. Atualmente é 59 por cento e muitos aterros estão a esgotar a sua capacidade — alguns já a partir de 2027. O Governo decidiu, por isso, criar um grupo que apresente soluções de emergência para os aterros até final de janeiro, mas não será fácil.
Será preciso mudar quase tudo no que à gestão do lixo diz respeito, mas, enquanto nada muda, urgente é alargar a capacidade de depositá-lo em aterros, até porque a esmagadora maioria deles tem menos de 20 por cento de capacidade. É o que conta à TSF Paulo Praça, presidente da Associação para a Gestão de Resíduos ESGRA, uma das entidades chamada pelo Governo a encontrar respostas urgentes.
Por outro lado, será também preciso construir novos aterros, mas antes de alargar-se a capacidade dos que existem, porque encontrar novas localizações é muito delicado, refere ainda.
Com eleições autárquicas à vista será ainda mais difícil convencer autarquias e populações a receber novos aterros, mas agora é tarde, porque não se fez antes o que era preciso.
Também falhou a recolha e o tratamento seletivo do lixo ao ritmo que seria necessário. Paulo Praça admite que nalguns casos é preciso voltar para trás, por exemplo, ao fim da tara perdida das embalagens.
A sensibilização não tem chegado. Talvez seja preciso voltar a pagar ou dar desconto a quem gerar menos lixo.