Caos na Fertagus. Governo não se compromete com números sobre material circulante
O Executivo está "a fazer esforços" para fornecer material circulante à Fertagus. É o que conta à TSF o autarca Paulo Silva, após reuniões com Miguel Pinto Luz e Cristina Pinto Dias
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O Governo assegura que está "a fazer esforços" para fornecer material circulante à Fertagus. A garantia foi deixada à TSF por Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal do Seixal, que se reuniu na manhã de sexta-feira com o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e com a secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, ao final da tarde.
O caos na Fertagus continua, com vários utentes a queixarem-se de carruagens cheias e de não conseguirem apanhar os comboios, desde que os horários sofreram alterações — alterações essas que permitiram que mais comboios chegassem a Setúbal.
Ouvido pela TSF, o autarca deu conta do resultado da reunião com a secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias. Por exemplo, sobre o número mínimo de comboios que poderiam ajudar a resolver este problema, Paulo Silva falou em cinco, enquanto que a governante indicou quatro, mas não se comprometeu.
Paulo Silva revelou ainda que o Governo "culpou" o anterior Executivo pela falta de comboios. Política à parte, a sua preocupação prende-se com o "sofrer diário" da população: "É necessário uma resposta urgente."
Em dezembro, a Fertagus decidiu alterar os horários dos comboios entre as duas margens do Tejo, passando a ter uma periodicidade de 20 minutos nos dois sentidos.
O aumento da oferta do horário de transporte ferroviário entre Lisboa e Setúbal foi anunciado em novembro pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação, no âmbito do alargamento do contrato de concessão da Fertagus por seis anos e meio, até 31 março de 2031.
Até dezembro, a circulação de comboios da Fertagus entre as estações de Setúbal e de Lisboa (Roma-Areeiro) era feita de 30 em 30 minutos nos dias úteis e de 60 em 60 minutos aos sábados, domingos e feriados.
Contudo, os utentes queixam-se que esta alteração não foi acompanhada de um reforço de carruagens, havendo assim relatos de passageiros, de estações dos concelhos de Almada e Seixal (Coina, Fogueteiro, Foros de Amora, Corroios e Pragal), de não conseguirem lugar no horário que habitualmente usavam.