Carlos César aponta à estratégia de Costa: "Espero que o excedente não seja um excesso"
O INE divulga na segunda-feira o saldo orçamental, mas as previsões apontam para um valor superior a 1% de excedente orçamental.
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Com um excedente orçamental acima das previsões iniciais do Governo, que se situava em 0,8%, o presidente do PS, Carlos César, espera que “o excedente não seja um excesso”. Há matérias para as quais o Governo de António Costa não deu resposta, como aos professores e às forças de segurança, e Pedro Nuno Santos já defendeu que o excedente orçamental deve ser gasto “com o povo”.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na segunda-feira o saldo orçamental de 2023, mas as previsões apontam para um valor superior a 1% do Produto Interno Bruto, acima dos 0,8% inscritos no Orçamento do Estado para 2024.
Carlos César lembrou que é presidente do PS, pelo que “tem dificuldade em responder” se o Governo socialista deveria ter dado resposta às classes descontentes em tempo útil. Despiu, no entanto, o fato de dirigente para apontar à estratégia de António Costa e de Fernando Medina.
“Se não fosse presidente do PS, diria apenas: espero que o excedente não seja um excesso”, atirou, à chegada à reunião da comissão nacional do PS, em Viseu.
Questionado ainda sobre a postura de Pedro Nuno Santos quanto à viabilização do Orçamento do Estado da Aliança Democrática, com um “quase impossível”, Carlos César colocou-se ao lado do secretário-geral socialista e defendeu que o cenário macroeconómico de Luís Montenegro “é irrealista”.
“Um cenários cujas previsões e cujas orientações temos uma profunda discordância e não atribuímos grande credibilidade. É pouco provável que a AD apresente um Orçamento do Estado contra a seu próprio cenários macroeconómico”, disse.
Há, no entanto, “porta aberta” para o diálogo na Assembleia da República, “com todas as forças políticas que se inserem no respeito pelos direitos democráticos”. O PS apresentará as suas propostas e vai verificar se “há margem para adicionar concordância” nos projetos dos restantes partidos.
O próprio Carlos César convocou a comissão nacional do PS para este sábado, em Viseu, para analisar os resultados eleitorais de 10 de março. Duas semanas depois das eleições e pela segunda vez no mandato de Pedro Nuno Santos.
A reunião acontece também dois dias depois de a direção alargada do partido também se ter juntado no Largo do Rato, para analisar os resultados eleitorais. Pedro Nuno Santos afirma, desde a noite eleitoral, que o PS vai ser oposição ao futuro Governo de direita, apesar da derrota tangencial para Luís Montenegro.