Carneiro pede que se “confie” nos candidatos autárquicos do PS para evitar acordos com o Chega. PSD “já se deixou confundir”
“Mesmo que não consigam alcançar as maiorias que desejavam, eles serão a garantia de valores progressistas e nunca, nunca se colocarão do lado daqueles que querem atacar a democracia”, diz ainda
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O Chega promete aparecer em força nas autárquicas, mas o PS quer manter-se como o primeiro partido. José Luís Carneiro pede aos portugueses para que confiem nos candidatos socialistas, garante que são os únicos que não se “deixam confundir” pelos que querem atacar a democracia, numa alusão ao partido de André Ventura.
“Podem confiar! Podem confiar nas candidatas e nos candidatos do PS”, disse o secretário-geral do partido, no encerramento da convenção autárquica em Coimbra, que dá o tiro de partida para as eleições de 12 de outubro.
Candidatos que, de resto, assumiram um compromisso autárquico, assente em doze princípios. Um dos quais, “agir sempre com base em ideias progressistas”: “Comprometem-se, ainda, a realizar acordos pós-eleitorais apenas com autarcas que prossigam, sem ambiguidades, estes mesmos ideais”, lê-se.
Ou seja, o Chega fica de fora, já depois de o líder do PS, numa entrevista recente, avisar que os candidatos socialistas que façam acordos com eleitos do Chega "perderão a confiança política do PS".
“Mesmo que não consigam alcançar as maiorias que desejavam, eles serão a garantia destes valores e nunca, nunca se colocarão do lado daqueles que querem atacar a democracia e que querem atacar o Estado de Direito Democrático”, disse, em Coimbra, referindo-se aos candidatos do PS.
Quanto aos membros do PSD, “infelizmente, já se deixaram confundir”, numa achega ao Governo. Por outro lado, insiste Carneiro, o PS não troca valores: "Nós estamos cá, o Partido Socialista está cá para garantir a todas e a todos os portugueses que seremos os fiéis depositários desses valores fundamentais e seremos nós a projetá-los para o futuro de Portugal."
José Luís Carneiro vestiu ainda o fato “de futuro primeiro-ministro de Portugal”, como o próprio ditou, desde logo, para anunciar que o PS pretende avançar com uma nova lei das finanças locais que “garanta que os municípios portugueses se aproximam mais dos municípios europeus em termos de participação na receita do Estado” e que seja ainda “mais proativa no que respeita à criação de maiores condições de coesão”.
Além da lei das finanças locais, o PS quer ainda uma nova lei eleitoral dos órgãos das autarquias locais, que “seja capaz de dar maior eficácia aos poderes municipais na resposta aos cidadãos e que seja capaz de cumprir um outro princípio fundamental: o princípio da estabilidade dos executivos municipais”.
Tratam-se de compromissos de José Luís Carneiro, para o pós-autárquicas. Sobre o Orçamento do Estado, que vai ser entregue em menos de um mês, no último dia da campanha eleitoral, nem uma palavra.