Carneiro propõe alterações à nova lei de estrangeiros e diz que não houve diálogo com Governo
José Luís Carneiro não definiu o sentido de voto do partido. Ainda que o Governo não tenha dialogado com os socialistas, o PS entendeu que devia "apresentar o contributo para aperfeiçoar a proposta legislativa"
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O secretário-geral socialista anunciou esta segunda-feira que o PS vai propor alterações à nova lei de estrangeiros para a melhorar, admitindo que “não há uma grande distância” em relação à proposta do Governo, mas que não houve diálogo. José Luís Carneiro não definiu o sentido de voto do partido.
À saída de uma reunião com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em Lisboa, José Luís Carneiro referiu que o PS dará “um passo em frente” em relação à lei de estrangeiros para contribuir para uma legislação que seja “ainda mais segura e consistente na segurança e na regulação e nas condições de integração dos imigrantes”.
"Propomos valorizar os acordos bilaterais de mobilidade laboral e, em segundo lugar, articular esses acordos bilaterais com as disponibilidades de emprego que são identificadas pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional, não apenas no que respeita às necessidades laborais do conjunto do país, mas procurar mapear as necessidades de trabalho nas diferentes regiões do país", prosseguiu.
Os socialistas querem, sobretudo, permitir a entrada de imigrantes para zonas do país onde a mão de obra é escassa.
José Luís Carneiro disse que o Governo não falou com o PS: "Entendemos, contudo, que deveríamos apresentar o nosso contributo para aperfeiçoar a proposta legislativa do Governo."
Alegadamente existe um grupo de trabalho entre PSD e o Chega para viabilizar o diploma do Governo, mas José Luís Carneiro desdramatizou: "Com sentido de responsabilidade, cada partido assume as suas próprias responsabilidades."
A Assembleia da República vai reapreciar na próxima terça-feira, em plenário, na generalidade, especialidade e votação final global, as novas propostas de alteração à lei de estrangeiros, depois de este diploma ter chumbado no Tribunal Constitucional.