Carneiro veste pele de primeiro-ministro, Ventura quer Algarve como "grande bastião" e Passos Coelho espera "ser amuleto” na Amadora
A campanha entra esta sexta-feira no quarto dia. Acompanhe tudo na TSF
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Os líderes do PSD e PS têm esta sexta-feira uma agenda intensa de campanha, com Luís Montenegro a apostar forte em concelhos do distrito do Porto e José Luís Carneiro nas ilhas da Madeira e dos Açores.
No quinto dia oficial de campanha para as eleições autárquicas, o primeiro-ministro, na qualidade de líder dos sociais-democratas, começa ao fim da manhã na Nazaré, distrito de Leiria, seguindo depois para os concelhos de Valongo, Paços de Ferreira e Lousada. Termina o dia com um jantar em Gondomar.
O secretário-geral do PS inicia o seu périplo pelas regiões autónomas com um pequeno-almoço em Santa Cruz, juntando os candidatos socialistas às câmaras municipais da Madeira, tendo depois um comício no Machico.
José Luís Carneiro chega à ilha de São Miguel, nos Açores, a meio da tarde, tendo uma ação na freguesia de Água de Pau, concelho de Lagoa, e termina o dia com um jantar comício em Vila Franca do Campo.
Já o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, terá um dia de campanha entre o Algarve e Alentejo, arrancando em Faro e seguindo depois para dois municípios alentejanos que constituem apostas fortes eleitorais da CDU: Moura e Serpa.
O presidente do Chega, André Ventura, estará no distrito de Faro, onde o seu partido alcançou a percentagem mais alta de votação nas últimas eleições legislativas. André Ventura visita de manhã o Mercado Municipal dos Caliços, em Albufeira, e desloca-se a meio da tarde a Faro.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, começa a manhã na freguesia de Alcântara ao lado de Alexandra Leitão, socialista que lidera a coligação PS/Livre/BE/PAN para a Câmara de Lisboa. Da parte da tarde, estará em Aveiro e Santa Maria da Feira.
A presidente da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, inicia às 07:50, no Seixal, uma viagem de barco da Transtejo até Lisboa, onde, ao fim da manhã, participará numa ação de rua entre o Campo Pequeno e o Saldanha da coligação PSD/CDS-PP/IL) liderada por Carlos Moedas.
O presidente do CDS participa num jantar comício na Covilhã, distrito de Castelo Branco.
Marisa Matias, dirigente do Bloco de Esquerda que está a substituir na campanha autárquica a coordenadora do seu partido, Mariana Mortágua, tem ações em Condeixa-a-Nova, Aveiro e Coimbra.
Margarida Davim, comentadora de política nacional da TSF, considera que o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho parece ter decidido entrar na campanha para dar sorte a Suzana Garcia, uma "candidata polémica" que defende a eliminação das barracas.
O presidente do Chega, André Ventura, antecipou na quinta-feira que o Algarve vai ser o “grande bastião” do partido e o “início da conquista do país”, no final de uma arruada em Portimão em que foi levado em braços.
“Este distrito, esta região e o Algarve serão o grande bastião do Chega nos próximos anos em Portugal, porque será um distrito que marca o início da conquista do país, também aqui, a partir do sul. Nós vamos conquistar Portugal, nós vamos limpar Portugal”, afirmou.
O líder do Chega participou hoje numa arruada em Portimão (distrito de Faro), acompanhado pelo candidato do partido à Câmara Municipal, o deputado e também líder da distrital, João Paulo Graça, e mais de duas centenas de apoiantes.
Durante o percurso de menos de um quilómetro, André Ventura foi levado em braços durante breves momentos por dois apoiantes.
Já no final da arruada, André Ventura discursou apoiado na porta do carro, e disse que nestas eleições autárquicas, o “objetivo só pode ser um, vencer”.
“Nós já não somos um partido para ficar nem em segundo nem em terceiro. Nós queremos vencer. Se queremos limpar o país da corrupção, se queremos dar um futuro para os jovens, nós temos de vencer”, salientou.
Em declarações aos jornalistas durante a arruada, o líder do Chega disse esperar uma “grande vitória no Algarve no dia 12”, que não traga “dores de cabeça” mais tarde.
“Eu estou convicto que as vitórias que vamos ter em câmaras municipais e em juntas de freguesia vão honrar o país, quer na luta contra a corrupção, quer na questão da reorganização do espaço nas várias dimensões, em termos de mobilidade, em termos de habitação”, afirmou.
André Ventura antecipou também que “o Algarve vai ser um grande laboratório do Chega a nível nacional, no sentido em que provavelmente será o distrito onde mais câmaras vai vencer”.
Em Viseu, esta noite, esteve José Luís Carneiro, que vestiu a pele de primeiro-ministro para deixar algumas promessas. O líder do PS fala de um novo impulso para a economia e defende que o TGV também deve passar pelo eixo Aveiro-Viseu-Salamanca.
“Viseu será um desses grandes centros de desenvolvimento da economia do nosso país”, disse. “Nós somos defensores que se dê prosseguimento ao estudo de planeamento para a ligação ferroviária entre Aveiro, Viseu e Salamanca, que deve ser um eixo fundamental deste projeto de desenvolvimento”, referiu ainda.
Os socialistas voltam a candidatar João Azevedo, num concelho sempre à direita.
José Luís Carneiro encerrou esta noite o comício da candidatura do PS à Câmara de Viseu, que decorreu ao ar livre, no largo da Igreja de São João Batista, em Vildemoinhos, tendo o toque do sino às 22h00 dado o mote para o discurso: “Este toque do sino é simbólico, é o toque da vitória, caro João Azevedo. Está na hora”.
O líder do PS voltou às declarações de Luís Montenegro esta semana sobre o aumento de barracas acontecer mais em câmaras socialistas e comunistas para deixar um desafio ao presidente do PSD e chefe do executivo.
“Queria daqui fazer um convite ao doutor Luís Montenegro: que venha visitar Viseu e que veja as barracas à entrada da autoestrada à saída do concelho de Viseu. É inconcebível que durante décadas não tenham sido capazes de resolver um problema estrutural do ponto de vista do desenvolvimento humano”, desafiou.
Referindo que desde 2021 “há soluções legislativas para dar resposta às construções de emergência”, Carneiro considerou “incompreensível não haver um plano para a erradicação dessas construções precárias” em Viseu.
Numa autarquia que o PS nunca conseguiu conquistar, Carneiro disse que “se sentia perfume da vitória do João Azevedo” e pediu confiança aos eleitores para permitir a vitória socialista nas eleições autárquicas de 12 de outubro.
“O futuro decide-se entre duas opções: ou querem ficar voltados a olhar para o passado ou querem colocar os olhos no futuro e aspirar ao novo futuro”, apontou.
O secretário-geral do PS disse ainda ter “razões bem claras para acreditar na vitória do PS e do João Azevedo”.
“E sei que num concelho onde tantas e tantos historicamente foram votando num determinado partido, por vezes é difícil mudar, mas podem mudar, podem ter confiança na mudança, confiem na mudança”, pediu.
O tema do IP3 também não ficou de fora do discurso do secretário-geral do PS.
“Se hoje alguns têm gosto em falar das obras do IP3, devem lembrar-se e devem pedir desculpas aos governos do Partido Socialista porque foi o Governo do PS que encontrou o financiamento que desencravou esta obra nas infraestruturas de Portugal e que pôs a obra em execução material nesta região”, pediu.
Bom dia! Abrimos este liveblog para acompanhar o quarto dia de campanha para as Autárquicas. Recorde aqui tudo o que aconteceu na quinta-feira.
