Carreiras dos professores são "grande questão". Não há OE "aprovado à partida"
O PCP avisa o Governo que a "apreciação do OE 2019 vai ter que ter em conta a solução que o governo quiser dar" à questão das carreiras dos professores e à falta de investimento público.
Corpo do artigo
São questões "decisivas", diz o deputado comunista António Filipe, no programa Política Pura da TSF, quando o PCP chama o Governo ao Parlamento para um debate de atualidade sobre "Organização do próximo ano letivo, carreira e concursos dos docentes".
Não é por acaso que a questão "legítima" da carreira dos professores surge no debate, o PCP quer sinalizar ao Governo que considera esta uma "grande questão" no próximo Orçamento de Estado.
"Claro que a apreciação do OE 2019 vai ter que ter em conta a a solução que o Governo quiser dar esta matéria. Essa questão e a do investimento público, por exemplo, na área da saúde, são decisivas", reforça António Filipe.
Depois de, no último debate quinzenal, o primeiro-ministro António Costa ter insistido que "não há dinheiro" e que os nove anos reclamados pelos sindicatos "não são comportáveis" para as finanças públicas, o PCP diz que esse será "um mau caminho". Os comunistas aguardam a solução que o Governo reserva para estes problemas e dela farão depender o sentido de voto no OE 2019.
"O sentido de voto do PCP esteve sempre em aberto. Nunca houve orçamentos aprovados à partida e o mesmo vai acontecer com o próximo", avisa António Filipe.
"Costa tenta esticar a toalha o mais possível"
Também no programa Política Pura, o social-democrata Pedro Duarte considerou que "o PS e o seu líder António Costa estão a tentar do ponto de vista eleitoral esticar a toalha o mais que podem"
"Quer cobrir ou pelo menos limitar danos à esquerda, no sentido de que Bloco de Esquerda e PCP fiquem com o seu eleitorado aprisionado; e por outro lado, está a tentar ao centro também esticar a toalha o mais possível, para tentar chegar à maioria absoluta".
Na leitura de Pedro Duarte "muito provavelmente" o que Costa irá fazer "é o equilíbrio de puxar de um lado, depois de puxar para o outro e tentar encontrar o equilíbrio para tentar cobrir o mais que possa do ponto de vista eleitoral".
Nessa estratégia eleitoral, o social-democrata acusa António Costa de "usar os professores" a quem "criou expectativas de forma pouco responsável"
Questionado sobre o facto de o PM ter dito no debate quinzenal que "não há dinheiro", Pedro Duarte acredita que o desfecho do "braço de ferro vai depender do cálculo do impacto eleitoral no Partido Socialista" e nos partidos da esquerda.
TSF\audio\2018\06\noticias\14\politicapura14