Caso das gémeas. Marcelo justifica atraso na entrega dos documentos com "segredo de justiça"
O Presidente da República recusou comentar uma eventual comissão de inquérito ao caso devido ao "período pré-eleitoral" e remete perguntas sobre o filho para o "próprio".
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fintou esta explicou esta sexta-feira que o atraso no envio da documentação relativa ao caso das gémeas luso-brasileiras que receberam tratamento no Hospital de Santa Maria com o "segredo de justiça".
"Nós enviámos para o Ministério Público em dezembro toda a documentação. O Ministério Público considerou que era segredo de justiça. Portanto, quando a TVI pediu acesso, isso foi a uma comissão de acesso a documentos administrativos que reconheceu que havia direito ao fornecimento dessa informação, apesar de ser segredo de justiça. Isso foi entregue logo em janeiro. A mesma coisa com o IGAS. O IGAS entendeu que queria ter acesso a essa documentação e, pela mesma razão, pedida em dezembro e fornecida em janeiro", garantiu o chefe de Estado à saída da cerimónia de posse dos novos secretários de Estado.
Questionado sobre o papel do filho, Nuno Rebelo de Sousa, neste caso, o Presidente da República remete as respostas para o próprio: "Terão de perguntar ao próprio. Tem 51 anos, é maior e vacinado, vive noutro Estado e, portanto, terão de lhe perguntar qual é a atitude."
Além disso, Marcelo garante que não falou com o filho sobre o caso, porque o assunto estava "em investigação".
Relativamente a uma eventual comissão de inquérito ao caso, o Presidente da República fintou as questões com as eleições europeias. "Os partidos naturalmente têm esse direito de expressarem opiniões. O Presidente da República não pode neste período pré-eleitoral e eleitoral comentar posições dos partidos", argumentou.
"Faltavam aí uns quatro ou cinco"
Marcelo Rebelo de Sousa também comentou a demora no anúncio dos novos secretários de Estado que ocorreu depois das 22h00 desta quinta-feira.
"Faltavam ainda uns membros do Governo. Houve secretários de Estado que só deram a resposta mais tarde", esclareceu o Presidente da República, especificando que seriam "aí uns quatro ou cinco".