Caso gémeas. Raimundo adverte que inquérito é uma "profunda inutilidade" e o que vier "é só para chafurdar"

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo
Carlos Carneiro/Global Imagens
"Eu acho que se há coisa que esta comissão de inquérito tem demonstrado é a sua profunda inutilidade. E até com momentos que roçam um bocadinho a vergonha alheia", refere o secretário-geral do PCP
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O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou esta terça-feira que a comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tem sido uma "profunda inutilidade" e que o que vier a acontecer daqui para a frente será apenas "para chafurdar".
"Eu acho que se há coisa que esta comissão de inquérito tem demonstrado é a sua profunda inutilidade. E até com momentos que roçam um bocadinho a vergonha alheia", afirmou Paulo Raimundo à margem de uma participação na manifestação "Administração Local em Luta Pela Valorização das Profissões" promovida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local - STAL.
Paulo Raimundo apelou a que cada um se "ponha na posição de mãe ou pai daquelas crianças" para depois "perceber o que é que faria".
"Faria tudo, possível ou impossível, para tentar salvar a vida das suas filhas", acrescentou o secretário-geral dos comunistas.
Questionado sobre a ida de Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, à comissão de inquérito ao caso das gémeas, o líder do PCP afirmou que tudo o que vier a acontecer servirá apenas "para chafurdar".
"Eu receio que, a partir de agora, tudo o que venha seja só para chafurdar. Desculpem a expressão, mas não tenho outra expressão melhor para afirmar. E, portanto, eu não menosprezo as questões, os problemas, não menosprezo o interesse jornalístico. Agora, isso não é a vida das pessoas", defendeu.
O filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, vai ser ouvido na próxima semana na comissão de inquérito ao caso das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma, audição que vai decorrer por videoconferência.
Na carta enviada pelos seus advogados à comissão de inquérito, lê-se que "dia 3 de julho, às 14 horas, por videoconferência, está marcado". Apresentar-se não significa, no entanto, que o filho do Presidente da República preste esclarecimentos. Na resposta enviada aos deputados, a que a TSF teve acesso, os advogados garantem que Nuno Rebelo de Sousa vai usar o direto ao silêncio "na íntegra".
