Coordenadora do BE reitera que ex-vereador "não cometeu nenhuma ilegalidade" e apresentou pedido de demissão na sequência de "catadupa de notícias", fruto de "jornalismo de investigação", mas também de "agenda política de ataque" ao partido.
Corpo do artigo
Catarina Martins defendeu, esta terça-feira, que Ricardo Robles teve um comportamento "exemplar" ao demitir-se depois de ter sido confrontado com uma "catadupa de notícias", surgidas na sequência de trabalhos de "jornalismo de investigação", mas também de "uma agenda política de ataque" ao Bloco de Esquerda (BE).
Em declarações aos jornalistas, à saída do encontro com o Presidente da República, no Palácio de Belém, a coordenadora do BE garantiu que o antigo vereador da Câmara de Lisboa teve sempre o apoio do partido e não cometeu qualquer ilegalidade.
Catarina Martins sustentou que "as circunstâncias demonstraram que se tornava muito difícil" manter o exercício da função de vereador, e que "Ricardo Robles chegou ele próprio a essa conclusão, discutiu-a com a direção e a direção aceitou esse pedido de demissão".
TSF\audio\2018\07\noticias\31\08_raquel_de_melo_catarina_martins
Catarina Martins reiterou que, apesar de terem existido "notícias reais" sobre o imóvel comprado por Ricardo Robles, houve "notícias falsas", relativamente às quais "nunca foram publicados os desmentidos, os direitos de resposta foram negados", e que contribuíram para as circunstâncias que levaram à renúncia ao cargo de vereador.
"Quando se compreendeu que, face ao ruído criado, de mistura entre notícias verdadeiras, legítimas, de escrutínio dos titulares dos cargos políticos, e notícia falsas, com agendas políticas determinadas de ataque ao Bloco, se tornava difícil o esclarecimento do que precisava de ser esclarecido e as explicações que precisam de ser dadas face à perplexidade que a situação criou, o Ricardo fez também o que eu acho ser exemplar, protegeu o partido, pedindo a sua demissão", disse.
A coordenadora do Bloco adiantou que, da análise inicial feita pela direção bloquista, pesou que Ricardo Robles não tivesse "cometido qualquer ilegalidade, não se tendo aproveitado de forma nenhuma do cargo que ocupava, e tendo tratado de forma ética todos os inquilinos do imóvel da família".
"A solução que agora foi encontrada foi a necessária para proteger o que é essencial, manter a capacidade intervenção do BE, nomeadamente na luta pelo direito à habitação, que é muito importante no nosso país, que, está sob ataque, em que o BE tem tido um protagonismo que incomoda muitos interesses económicos", afirmou.
Na luta pelo direito à habitação, Catarina Martins fez saber ao Presidente da República que a promulgação do diploma que vai analisar é urgente e importante para o Bloco de Esquerda.
Já sobre a frase de Jerónimo de Sousa, que diz que a política é para servir os outros e não interesses próprios, Catarina Martins assina por baixo.
Relativamente ao tema da audiência com o Presidente da República, a coordenadora do Bloco de Esquerda garante que ainda é cedo para falar do sentido de voto do partido no que respeita ao orçamento do Estado para 2019.
TSF\audio\2018\07\noticias\31\09_catarina_martins_oe_
Catarina Martins insiste que é preciso aumentar o investimento público e congratula-se pelo facto de as carreiras dos professores e do IVA da energia estarem a ter avanços na preparação do OE.
* com Raquel de Melo