Questionada sobre se o Bloco vai querer ouvir no parlamento os anteriores ministros das Finanças, Catarina Martins não respondeu embora afirme que há muita coisa por explicar.
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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) estranhou esta segunda-feira o "silêncio ensurdecedor" da anterior ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, no caso das transferências de dinheiro para paraísos fiscais (offshore), considerando que ainda está tudo por explicar.
"E mesmo do anterior Governo está tudo por explicar e há pelo menos um silêncio ensurdecedor de Maria Luís Albuquerque, que eu acho que ninguém percebe neste país", sustentou Catarina Martins aos jornalistas, à margem de uma visita ao Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro.
A dirigente bloquista frisou que, apesar de o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio ter assumido a responsabilidade pela não publicação dos dados relativos às transferências para offshore entre 2011 e 2014, os contornos do caso estão ainda por explicar.
"Há tudo para explicar. Ainda não foi ouvido no parlamento nem Paulo Núncio [antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais] nem Rocha Andrade [atual titular da pasta]. Sendo certo que é uma responsabilidade do anterior Governo, é preciso também perceber o que está a ser feito agora", argumentou.
Questionada se o BE vai querer ouvir Maria Luís Albuquerque, atual deputada do PSD e também Vítor Gaspar, que a antecedeu na tutela das Finanças durante o Governo PSD/CDS-PP, Catarina Martins não respondeu.
Optou por reafirmar que esta semana serão ouvidos Paulo Núncio "responsável pela não publicação das transferências para offshore, ou seja, que não cumpriu a lei quando era secretário de Estado" e Rocha Andrade, o atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, este "para perceber o que se está a fazer".
"Depois destas duas audições, é preciso compreender que mais passos haverá a dar. Todo o país está perplexo com o que se passou", argumentou a líder bloquista.