"Católicos de pacotilha" do Chega e perigo para as crianças: "Podem ser estigmatizadas na escola pelo nome"
No programa da TSF e CNN Portugal, O Princípio da Incerteza, Pacheco Pereira deixa um aviso aos deputados do partido político de Ventura: "Quando forem à missa, lembrem-se que a hipocrisia, a mentira e a falta de empatia e de simpatia humana é pecado mortal"
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Pacheco Pereira usa a religião como arma contra o Chega, Alexandra Leitão fala no perigo do estigma e Pedro Duarte está "chocado". São reações no programa da TSF e CNN Portugal, O Princípio da Incerteza, sobre a intervenção de André Ventura no Parlamento, quando leu, na última sexta-feira, uma lista de nomes de crianças, que identificou como imigrantes, e estão matriculadas nas escolas portuguesas.
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O historiador acusa o partido de extrema-direita de praticar um "catolicismo de pacotilha", já que as suas posições não se adequam à doutrina social da Igreja Católica: "Quando eles forem à missa e fizerem aquelas coisas de rezar aos antepassados, lembrem-lhes que a hipocrisia, a mentira e a falta de empatia e de simpatia humana é não só crime em muitos casos, mas é pecado mortal."
Já a socialista Alexandra Leitão pensa que a Mesa da Assembleia da República não agiu de acordo com a gravidade da situação, ao não condenar a exposição de menores, e fala nas eventuais repercussões: "Não é se é o menino Z, é se todos os meninos que têm aquele nome vão amanhã na escola ser estigmatizados por terem aquele nome."
Quem quer que seja que não se indigne com isto está a pactuar com essa rampa deslizante em que a nossa sociedade hoje vive.
Por sua vez, o antigo ministro dos Assuntos Parlamentares Pedro Duarte diz-se "chocado" com a "vertigem pelo populismo e pela demagogia" que leva políticos como Ventura "a esquecer tudo aquilo que são valores e princípios".
