Cavaco Silva acusa oposição de promover "campanha de suspeições e insinuações" contra Montenegro
O ex-Presidente da República defende que Luís Montenegro não violou quaisquer princípios éticos nem cometeu ilegalidades. Cavaco Silva mostra apoio à candidatura do atual primeiro-ministro e acusa a oposição de levar o país a eleições
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Na opinião de Cavaco Silva, Luís Montenegro é o melhor candidato ao cargo de primeiro-ministro e fundamenta com base em três critérios. Num artigo publicado no jornal Observador, o antigo chefe de Estado começa por afirmar que o primeiro critério é a "capacidade política e técnica", um aspeto que Cavaco Silva considera ser importante, uma vez que Portugal é "diferente de outros países que dispõem de administrações públicas eficientes". O ex-Presidente da República defende que Luís Montenegro "revelou ser possuidor de boas qualidades nas principais questões técnicas dos diferentes ministérios".
Cavaco Silva segue para o segundo critério: "A ética na vida política." Sustenta que não encontrou em nenhum candidato da oposição, "qualquer superioridade em relação ao atual primeiro-ministro na dimensão ética e moral na vida política".
O antigo dirigente descreve o caso que levou à queda do Governo como "uma campanha de suspeições e insinuações" movida pela oposição e por alguns meios de comunicação social, centrada na devassa da vida privada. Acrescenta que não inferiu "que Luís Montenegro tenha violado quaisquer princípios éticos ou cometido ilegalidades".
Para Cavaco Silva, o "clima político inflamado" não deixou outra alternativa ao Governo que não fosse apresentar a moção de confiança e sublinha que foi o voto contra dos partidos da oposição que levou às eleições antecipadas.
Quanto ao terceiro critério - a proposta de política geral do Governo - Cavaco Silva não tem dúvidas de que a proposta defendida pela coligação PSD/CDS é a mais adequada "ao desenvolvimento do país, à melhoria do bem-estar das famílias e a um futuro mais promissor para os jovens do que as propostas das outras formações partidárias".