Cavaco Silva apela a "mudança política", Montenegro diz que está a fazer à "Sá Carneiro"
O antigo Presidente da República viu "parte do debate" entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos e diz que não quer ser comentador, mas apela a uma "mudança política" protagonizada pela AD. Já o atual líder do PSD diz que está a procurar qualificar a política: "Estamos a fazer à Sá Carneiro".
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Comentar debates fica para terceiros, mas apelos à "mudança política" fá-los sem problemas. Aníbal Cavaco Silva, antigo Presidente da República, diz que é preciso mudar e espera que seja pela mão da AD.
À margem do lançamento do livro sobre os 40 anos do Instituto Sá Carneiro, Cavaco Silva foi questionado pelo debate entre Montenegro e Pedro Nuno Santos, mas diz logo prontamente que só viu "parte do debate" e que não quer ser comentador "porque existem muitos comentadores" e ele não quer "acrescentar mais um".
No entanto, acrescenta logo em seguida: "O que eu tenho dito e volto a repetir é que o país precisa de uma mudança política que traga uma nova esperança e novas condições de vida, um melhor futuro, em particular para os nossos jovens. E eu espero que isso seja protagonizado com a Aliança Democrática".
No Grémio Literário, em Lisboa, a plateia teve direito a muitas caras conhecidas do PSD, incluíndo antigos presidentes como Manuela Ferreira Leite e Pinto Balsemão. Este último, sem problemas em comentar o debate, notando até que foi na SIC, estação que fundou, que as audiências foram superiores.
Mas, sobre o debate propriamente dito: "Gostei, acho que estiveram bem. Se tivesse de dar notas, que ninguém me pede e também não dou, daria a vitória a Luís Montenegro". Porquê? "Acho que foi mais incisivo, sabe mais da matéria, está mais preparado em termos concretos".
Questionado se o debate não foi demasiado agressivo, Balsemão também tem resposta pronta: "Os debates têm de ser assim, se não, não têm graça."
Montenegro a fazer à Sá Carneiro
Quem discursou também foi o atual líder do partido para recordar Sá Carneiro e puxou a si qualidades do próprio fundador do PSD. Falando da qualificação das listas de candidatos da AD, Luís Montenegro nota que pretende levar para o governo e para a administração pública os melhores da sociedade, sem estar preso a escolhas partidárias.
E isso é fazer à Sá Carneiro. "A desqualificação da ação política infelizmente foi uma marca dos últimos anos e as perspetivas não são risonhas. Nós estamos a fazer à Sá Carneiro, nós estamos a contrariar a corrente, nós estamos a assumir o encargo de fazer diferente, de fazer a diferença", sublinha Luís Montenegro.
No lançamento desta obra, Luís Montenegro ainda ressalvou que se Sá Carneiro fosse vivo, "o seu maior desafio, o seu maior desígnio seria dar aos jovens portugueses uma perspetiva de que não precisam de sair de Portugal para conseguirem alcançar os seus sonhos". E isso é o que diz que mais o move e que vai procurar transmitir até ao fim da campanha eleitoral.