O vereador centrista João Gonçalves Pereira diz que Medina esta a renovar um "acordo baratinho" com o Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa. Bloquistas garantem manter luta pelo direito à habitação.
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O CDS-PP acusa Fernando Medina de estar a querer fazer uma "renovação barata do acordo" entre o PS e o Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Lisboa, depois de o autarca ter garantido que, apesar da demissão do vereador bloquista Ricardo Robles, o acordo seria mantido e até reforçado.
Ricardo Robles anunciou, esta segunda-feira, a demissão do cargo de vereador, na sequência do caso do imóvel que comprou em Lisboa e que pretendia vender para alojamento local. Horas depois, o Bloco de Esquerda revelou que será Manuel Grilo, o número três da lista do Bloco de Esquerda à autarquia de Lisboa, a ocupar o lugar de Robles na vereação.
Em declarações à TSF, João Gonçalves Pereira, deputado e vereador do CDS-PP, afirma que o presidente da Câmara de Lisboa está a aproveitar-se do momento e do menor peso político do novo vereador do Bloco de Esquerda, Manuel Grilo.
"O vereador que vai entrar pelo Bloco de Esquerda é um vereador que não tem o peso político que tinha Ricardo Robles. Essa força política, como é evidente, naquele que é o dia-a-dia camarário, fará toda a diferença. Portanto, Fernando Medina tentou, rapidamente, apressar-se a manter esse mesmo acordo", criticou o centrista.
João Gonçalves Pereira fala na renovação de um acordo "baratinho", que é "penalizador para a cidade de Lisboa".
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O jornal online ECO noticia, esta terça-feira, que também a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, tem negócios na área imobiliária, sendo sócia minoritária de uma empresa que se dedica ao alojamento local no interior do país.
Em reação a esta notícia, o CDS acusa o Bloco de Esquerda de "incoerência". "Perdeu-se completamente a vergonha e isso mina a atividade política", afirmou João Gonçalves Pereira.
"Catarina Martins e o Bloco de Esquerda vão ter muitas dificuldades, nos próximos anos, em falar em matérias políticas de habitação, porque não têm moral para o fazer", afirmou.
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BE garante que polémica não afeta políticas de habitação
Ouvido pela TSF, Pedro Soares, membro da Comissão Politica do Bloco de Esquerda e presidente da comissão parlamentar responsável pelas matérias da habitação, garante que nada muda no discurso dos bloquistas.
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"Aqui não há um problema de polémicas, isso é completamente marginal", garantiu Pedro Soares.
"O direito e a necessidade das pessoas em aceder a habitação permanece e cada vez se agrava mais, portanto, é necessário que um partido responsável como o Bloco de Esquerda trabalhe no sentido de alterações positivas", defendeu.
Nas últimas semanas, foi aprovada no Parlamento a lei que reforça o direito de preferência dos inquilinos, mas o texto está incluído num pacote de quase 30 propostas de lei dos vários partidos sobre a habitação, que só irão ser votados em setembro.
Pedro Soares considera que, apesar da polémica, o processo legislativo vai decorrer com toda a normalidade e que será encarado com toda a clareza por parte dos bloquistas
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