Assunção Cristas promete dar a "melhor das atenções" ao ministro das Finanças no encontro sobre a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas avisa sobre sinais de aumentos na função pública.
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Na véspera de o ministro das Finanças, Mário Centeno, receber os partidos para apresentar as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, Assunção Cristas diz que a visão do CDS-PP para o orçamento é "bastante diferente", mas garante que os centristas vão analisar o documento sem preconceitos.
"Vamos esperar pelo Orçamento do Estado para fazer uma leitura justa e global desse mesmo Orçamento do Estado", afirmou a presidente do CDS-PP, esta segunda-feira, no final de uma visita ao Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, durante a qual.
Segundo Assunção Cristas, no encontro desta terça-feira, o CDS-PP vai dar a "melhor das atenções" às explicações do ministro das Finanças, mas, referindo-se à previsão de aumentos para a função pública, a líder centrista adianta que, pelo que vai ouvindo "nas notícias", a proposta "é um bocadinho à semelhança do que se passou em 2009", o último ano de aumentos para os funcionários públicos - durante o Governo socialista de José Sócrates,
Um cenário que não agrada a Assunção Cristas, que defende que, a existir margem para algum tipo de alívio, essa deve beneficiar todos os portugueses: "Existindo folga orçamental eu preferiria que fosse aplicada a todos os portugueses, portanto, através de um alívio do IRS, que abrange aqueles que são funcionários públicos e os que não são, ou seja, que não fosse limitada ao grupo dos funcionários públicos".
A líder do CDS-PP adianta ainda que outra das matérias que irá colocar em cima da mesa durante a reunião com Mário Centeno será a da descida do imposto sobre os combustíveis. "Não somos fáceis a desistir de ideias. E, quando são boas, não desistimos", avisa.
IVA dos espetáculos ao vivo é para descer. 1% para a cultura só com "aumento da riqueza produzida"
De visita ao Teatro Nacional de São Carlos, Assunção Cristas esteve acompanhada de Carlos Vargas, presidente do conselho de administração do OPART (Organismo de Produção Artística), aproveitando para - após ouvir as explicações sobre necessidade de obras e de cumprimento dos contratos programa anunciados pelo Governo - garantir que vai insistir numa outra proposta tendo em vista mais verbas para a cultura: a redução do IVA dos espetáculos ao vivo.
"Uma redução [dos 13%] para os 6%, que, no fundo, é repor para aquilo que estava no período antes da troica", disse a líder do CDS-PP, a propósito da taxa de IVA que subiu para os 13% durante o Governo liderado por Pedro Passos Coelho, mas que Assunção Cristas entende ter sido uma medida transitória.
Quanto às revindicações dos agentes culturais, que pretendem que 1% do Orçamento do Estado seja dedicado à cultura, a presidente centrista diz que há ainda alguma caminho a fazer. "Para podermos atingir esses valores, é necessário que se consiga aumentar fortemente a riqueza produzida no nosso país", assinalou, que salienta que só dessa forma "teremos capacidade de destacar 1% para a cultura, mas também ter dinheiro para as escolas, hospitais, segurança".