O líder parlamentar do CDS-PP acusa a esquerda em geral de "pôr a ideologia à frente da realidade"
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O líder parlamentar do CDS-PP elogiou esta quarta-feira a evolução da economia portuguesa e acusou dirigentes de esquerda de negarem a criminalidade no país, afirmando que "a realidade acaba sempre por atropelar a ideologia".
Durante o debate quinzenal na Assembleia da República, citando dados económicos esta quarta-feira divulgados pelo ministro das Finanças, Paulo Núncio considerou que "ao contrário do que as oposições disseram, o ano económico de 2024 terá corrido bem" e perguntou ao primeiro-ministro "como é que perspetiva 2025, em que as estimativas são melhores e em que Portugal pode mesmo crescer acima de 2%".
"Apesar das incertezas que nos rodeiam, que são externas, são aquelas que nós não conseguimos dominar, nós temos razões para estar otimistas", respondeu Luís Montenegro.
Em matéria de segurança, o líder parlamentar do CDS-PP acusou a esquerda em geral de "pôr a ideologia à frente da realidade" e apontou como exemplo: "Dirigentes da esquerda fizeram uma manifestação contra a operação da PSP no Martim Moniz. Menos de 24 horas depois deu-se uma rixa violenta entre grupos precisamente no Martim Moniz".
"Há um exemplo ainda melhor que eu não posso deixar de referir. Estava o líder parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) em direto na televisão a dizer que não havia problema nenhum de segurança em Portugal quando a emissão em direto subitamente é atropelada pela notícia do tiroteio em Viseu", referiu Paulo Núncio, comentando: "Cada tiro, cada melro. Parece que sempre que falam das falsas perceções que vocês têm sobre a segurança induzem o crime real a mostrar que existe".
"Senhores deputados, não podem confundir perceções com factos. O crime existe e tem que ser combatido, independentemente da sua natureza, porque os cidadãos têm direito à sua segurança", defendeu.
A seguir, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, pediu que fossem distribuídos dois documentos à câmara, um dos quais a transcrição do referido debate televisivo: "O primeiro documento é uma transcrição do debate da CNN de 28 de dezembro, para o senhor deputado Paulo Núncio poder citar corretamente, fez o contrário, onde eu digo que não há nenhuma relação entre insegurança e imigração".
"E uma segunda notícia, que dá nota da audição que ocorreu hoje, onde a Ministra da Administração Interna assume que não associou o aumento da criminalidade ao aumento da imigração, ficando assim reposta à verdade", acrescentou Fabian Figueiredo.