Palavras de Joana Marques Vidal e Lucília Gago na Comissão Parlamentar de Inquérito ao furto de armas em Tancos estão na origem do debate.
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O deputado do CDS Telmo Correia não vê qualquer contradição entre as declarações que foram feitas esta quarta-feira pelas antiga e atual Procuradora-Geral da República na Comissão Parlamentar de Inquérito ao furto de armas em Tancos.
Depois de a antiga Procuradora-Geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, ter defendido um "estudo muito aprofundado" sobre a existência da Policia Judiciária Militar (PJM), Lucília Gago, a atual titular do cargo, defendeu no parlamento que é preciso "muita ponderação" antes de alterar o regime jurídico que enquadra este órgão autónomo da polícia criminal.
Neste sentido, Telmo Correia admite que, embora não seja o objeto central desta comissão, deve ser feita uma reflexão sobre as competências que cada uma das polícias judiciárias deve ter.
"O CDS não tem uma posição definida, neste momento, sobre esta matéria. É uma questão que é interessante e que é importante que tenha sido levantada, contribuímos para isso e ainda bem. É uma questão que terá de ser ponderada, inclusivamente, com os meus colegas também da comissão de Defesa e não só da comissão de inquérito e da primeira comissão. É uma questão que tem de ser ponderada no âmbito, e em conjunto, destas duas comissões. É um estudo que deve ser feito mas exige, como de resto a própria Dr.ª Joana Marques Vidal disse e bem, exige uma reflexão, um estudo aprofundado, análise, documentação e audições dirigidas para esse objetivo e para uma possível reforma nessa matéria", defendeu o deputado em declarações à TSF.
O deputado adiantou ainda que as declarações de Joanas Marques Vidal e de Lucília Gago foram muito relevantes para os trabalhos da comissão de inquérito.
"Foram muito relevantes, estas duas audições, logo à partida a primeira, por duas razões. Em primeiro lugar, ficámos a saber que houve claramente uma denúncia e que, dessa denúncia, houve uma tentativa da parte da PJ e do Ministério Público para que houvesse uma investigação e até que pudessem ser acionados meios de investigação como, por exemplo, a realização de escutas. Que isso foi indeferido por três juízes: um do Porto, um de Leiria e depois pelo Dr. Ivo Rosa, aqui em Lisboa. E que esta informação, nos mecanismos que existem atualmente, não foi transmitida a mais ninguém, nem ao Exército nem aos serviços de informações. Bom, fica-nos a dúvida de, se ela tivesse sido transmitida, não se poderia ter evitado Tancos", disse Telmo Correia, deixando a interrogação no ar.
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