"CDS sempre teve uma palavra a dizer" aquando das revisões constitucionais, mas "prioridade é formar Governo"
Nuno Melo recusa alongar explicações sobre a posição do partido em relação uma eventual revisão constitucional à direita, mas garante que, "quando for o tempo", o partido "estará presente com ideias estáveis e perenes"
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O líder do CDS/PP, Nuno Melo, sublinhou esta quinta-feira que o partido "sempre teve uma palavra a dizer" aquando das revisões constitucionais, mas sublinha que a prioridade agora é "formar Governo".
Em declarações aos jornalistas, depois da reunião com o Presidente da República — que está a receber os líderes políticos em Belém —, Nuno Melo destaca que o país exprimiu o desejo por "estabilidade", permitindo a continuidade do Governo a "resolver os problemas dos portugueses". O resultado das eleições de domingo, diz, "reforçou a legitimidade e a credibilidade do projeto político da AD e do primeiro-ministro" e foi precisamente a "reafirmação desses sinais" que foram transmitidos a Marcelo Rebelo de Sousa.
Sobre uma eventual revisão constitucional, o presidente do CDS sublinha que "não tem de concordar nem de discordar", porque esse é "um direito dos deputados". Ainda assim, lembra que em 1976 o partido votou contra a proposta do texto constitucional, alegando o seu caráter "ideológico", ao encontro do socialismo. Desde essa altura, o "CDS sempre teve uma palavra a dizer" em todas as revisões ocorridas. Recusando avançar com propostas em concreto, Nuno Melo garante que, "quando for o tempo", o partido "estará presente com ideias estáveis e perenes".
Sobre um acordo à direita, que envolva o Chega e deixe de fora o PS, o líder do CDS reforça que este debate "não é a prioridade" do partido. O foco está agora em "dar estabilidade política" ao país e os processos de revisão "decorrem naturalmente" na legislatura.
"A prioridade para o país é a formação do Governo", assume.
Na quarta-feira, o Presidente da República afirmou que acompanha as preocupações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, em relação à Faixa de Gaza e o apelo à entrada de ajuda no território, feito também pelo Papa Leão XIV. Essa posição foi assumida depois de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter dito que a situação humanitária que se vive é “absolutamente intolerável”.