Centeno dava um bom ministro das Finanças do PSD? "Essa pergunta é difícil responder"
Rui Rio elogia o rigor orçamental de Mário Centeno e espera que ele seja uma espécie de PPR do país para tentar evitar que o Governo avance com medidas eleitoralistas no próximo ano.
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A pergunta é disparada por Pedro Marques Lopes, comentador político do Bloco Central da TSF, sem que Rui Rio estivesse à espera: "Mário Centeno dava um bom ministro das Finanças para o PSD?" Entre uma gargalhada mais ou menos atrapalhada, a primeira coisa que sai a Rui Rio é: "Essa pergunta é difícil responder."
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Convidado do programa Bloco Central , o Presidente do PSD apressa-se a explicar porque não rejeitou de imediato um cenário tão improvável: "Há o ministro das Finanças na vertente técnica e depois há todo o envolvimento político do governo que seria completamente diferente", começa separando as águas. Mas dentro da vertente técnica, Rui Rio não tem qualquer problema em elogiar o atual ministro das Finanças: "Eu não posso discordar que o orçamento tem que ser equilibrado e que as contas têm que ser rigorosas, depois a forma como se faz, enfim."
Sobre o Orçamento do Estado para 2019, ano eleitoral, Rui Rio também deposita alguma confiança em Mário Centeno. O Presidente do PSD confia que "o facto de o ministro das Finanças ser o líder do Eurogrupo, é de certa forma um PPR que nós temos aqui". O líder social-democrata acredita que Centeno "não tem muita margem" para medidas eleitoralistas, "se não perde o pé em Bruxelas."
Quanto aos partidos que constituem a atual solução de governo, Rui Rio não deposita tanta confiança. "O BE, o PCP e dentro do próprio PS, eles vão procurar empurrar o governo para tomar medidas mais populares", diz o Presidente do PSD, acrescentando que "no curto espaço de manobra que o governo tem, vai tender para o eleitoralismo."
"As sondagens valem muito pouco"
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A queda do PSD nas sondagens não é algo que deixe Rui Rio propriamente surpreso. Sobretudo quando essas sondagens são feitas em período de férias. "Bem feitas ou mal feitas - e algumas são mal feitas -, as sondagens valem muito pouco", acredita o Presidente do PSD. Rio diz que "era impossível o PSD não cair em agosto", como era também "impossível o PS ter subido em junho".
O caminho de Rui Rio faz-se caminhando. O Presidente do PSD acredita que, até às legislativas de 2019, muitos dos portugueses que ainda não decidiram em quem votar vão tomar uma decisão.
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Mas como pode o PSD crescer eleitoralmente? Rui Rio não tem dúvidas: ao centro e, sobretudo recuperando votos à abstenção. "O PSD não vai ganhar votos à direita. Se perder aí um ponto ou dois à direita, não se perde nada", confia, indo até mais longe:"Se o CDS ganhar um ponto ou dois até fico contente." Onde Rui Rio quer conquistar votos é na abstenção, "nos descontentes com a política."