Com a ausência de deputados do PS, registou-se um empate que ditou o chumbo de grande parte do texto do relatório final assinado por um socialista. Reunião atribulada teve pausas e chegadas tardias.
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Os votos da nova maioria bastavam mas a ausência de deputados do PS, numa votação "por cabeça", ditou o chumbo do corpo global do relatório final da comissão de inquérito ao processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
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No final acabaram por ser aprovadas apenas cinco recomendações do relatório final.
Quando começou a votação dos seis primeiros capítulos do texto, de análise, enquadramento e conclusões, estavam na sala cinco deputados do PS (de um total de sete efetivos), um do BE e um do PCP, que viabilizaram o relatório, no entanto, estes sete votos empataram com os sete do PSD e do CDS, que votaram contra.
Ora, em caso de empate, vinga o chumbo e foi o que aconteceu.
Os trabalhos chegaram a ser interrompidos durante largos minutos, com muita agitação nos corredores parlamentares, até que a comissão voltou a reunir-se já com a presença dos dois deputados do PS, antes ausentes: João Galamba e Susana Amador.
O presidente da comissão de inquérito, Emídio Guerreiro, sublinhou no final dos trabalhos ser "cada vez mais premente" ser revisto o enquadramento das comissões parlamentares de inquérito para que estas, no futuro, consigam ir "mais longe" e superar "obstáculos".
Tanto PSD como CDS tinham acusado o relatório final de ser "uma fraude" e um "branqueamento" sobre o processo de concessão de créditos durante os anos da governação de José Sócrates.
A comissão de inquérito, cujo texto final foi esta terça-feira discutido e votado, debruçou-se sobre a gestão do banco público desde o ano 2000, culminando no processo de recapitalização de cerca de 5.000 milhões de euros, aprovado entre o Governo português e a Comissão Europeia, depois de a CGD ter apresentado um prejuízo histórico de 1.859 milhões de euros em 2016.