Passos Coelho defendeu que o país precisa de saber o que se passou afinal na Caixa Geral de Depósito.
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O presidente do PSD acusou o Governo de se ter envolvido numa "trapalhada muito grande" no processo da Caixa Geral de Depósitos, considerando existir obstrução para que se apure a verdade neste caso.
Pedro Passos Coelho disse esperar que, após a conferência de imprensa do ministro das Finanças e de o primeiro-ministro ter reiterado a confiança em Mário Centeno, o país "não fique dispensado de perceber o que se passou". Por isso, o PSD vai pedir esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito.
É indispensável perceber "porque é que estamos há um ano sem a Caixa ter uma administração que possa gerir com sentido estratégico o banco, porque é que o nível de recapitalização com mais cinco mil milhões de euros é necessário, quais foram os prejuízos que determinaram essas necessidades de recapitalização, quando é que essas decisões foram tomadas, em que termos foram tomadas e em que medida os prejuízos afetam o défice público", defendeu.
Para o líder da oposição, as declarações do ministro das Finanças e do primeiro-ministro "não foram convincentes".
"Era mais fácil dizer que o Governo esteve empenhado em criar um regime à medida das exigências que os administradores colocaram ao Governo, que aprovou um decreto-lei à medida, o que significa que o ministro aceitou negociar condições que não são negociáveis e aceitou colocar o Estado numa condição de menoridade", argumentou.
Passos Coelho falava à margem de uma visita às empresas de produção de máquinas agrícolas Joper e Tomix, em Torres Vedras.