
Tiago Petinga/Lusa
O PS tinha rejeitado, na quinta-feira, o pedido do PSD para ouvir o ministro das Finanças e o presidente demissionário da CGD na comissão de inquérito à gestão do banco público.
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João Galamba anunciou que o PS requereu as audições de Mário Centeno e António Domingues na comissão de Orçamento e Finanças.
O deputado do PS diz que os socialistas estão a ajudar o PSD ao evitar o que entendem como tentativa de "abandalhamento" por parte dos social-democratas. Por essa razão, o próprio PS decidiu requerer a audição de Mário Centeno e António Domingues, mas, ao contrário do que é defendido pelo PSD, que pretende incluir as audições na comissão de inquérito, os socialistas consideram que ambos devem dar explicações na Comissão de Orçamento e Finanças.
Quinta-feira, na comissão de Inquérito à gestão do banco público, o requerimento do PSD foi chumbado porque PS, PCP e BE entendem que novas audições sobre a demissão de Domingues extrapolam objeto da comissão de inquérito.
"Nós consideramos que o requerimento apresentado é nulo porque viola o objeto da comissão", disse o deputado e porta-voz do PS, João Galamba, que acrescenta: "Nós não podemos ter uma comissão de inquérito sem objeto definido", sublinhando que a comissão de inquérito "é sobre o passado da Caixa", não englobando, de acordo com os socialistas, "matérias presentes".
PSD responde sublinhando a diferença de poderes da comissão de inquérito
O PSD lembra que uma comissão parlamentar de inquérito tem poderes "diferentes" das demais comissões e acusa o PS de fazer um "número político" em torno da ida ao parlamento de António Domingues e Mário Centeno.
"Este PS funciona como um bloqueio à comissão de inquérito, boicota os trabalhos da comissão de inquérito" à Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse o vice-presidente da bancada do PSD Hugo Soares à agência Lusa.
Hugo Soares vincou: "O PS tem de explicar porque não quer que António Domingues e Mário Centeno não sejam ouvidos na comissão de inquérito, sabendo nós que os poderes da comissão de inquérito são diferentes" das demais.
E o social-democrata, coordenador do partido na comissão de inquérito ao banco público, foi mais longe: "Mentir numa comissão de inquérito, por exemplo, é crime".