
O lider parlamentar do PSD Luis Montenegro usa da palavra durante o debate parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2017 na Assembleia da República Lisboa 03 de novembro de 2016. Entre hoje e amanhã o Orçamento do Estado é discutido e aprovado na generalidade na Assembleia da República. TIAGO PETINGA/LUSA
Tiago Petinga/Lusa
Luís Montenegro não pronuncia a palavra "demissão", mas considera que CGD e Governo estão "fragilizados". O PSD fala em "conflito de interesses entre coisa pública" e BPI.
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O líder parlamentar do PSD não joga ainda a carta do pedido de demissão na equipa das Finanças. Luís Montenegro desafia o primeiro-ministro António Costa a esclarecer com urgência os contornos da participação de António Domingues em reuniões, sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), com as instituições europeias, quando ainda estava no BPI.
"Impõe-se um esclarecimento urgente por parte do primeiro-ministro e impõe-se que esse esclarecimento seja consequente. Que não seja mais uma vez, disparar ao lado. Nós queremos um primeiro-ministro que atire ao alvo, que diga o que é que se passou, quem é que mandatou, como e com que alcance o Dr. António Domingues para tratar de coisas em nome do Estado, quando ainda era administrador de um banco privado".
Luís Montenegro adivinha um conflito de interesses que "fragiliza" a atual administração da CGD e o Governo, e António Costa enquanto "mentor" da solução para o banco público.
"Creio que está cada vez mais demonstrado não só que este processo não é transparente, como viveu claramente um período em que houve um manifesto conflito de interesses entre a gestão da coisa pública e o exercício de funções no setor privado, no mesmo setor de atividade, com informação que não devia ser conhecida. Tem de haver um esclarecimento do primeiro-ministro e tem de haver consequências desse esclarecimento", insistiu Montenegro.
Para o PSD é sintomático que sejam as instituições europeias a fornecer "mais informação do que o Governo ou a administração da CGD".