No final de uma reunião com o grupo parlamentar do BE, Arménio Carlos sublinhou a "sintonia" com os bloquistas na rejeição ao texto da concertação social. BE quer maior combate à precariedade.
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O secretário-geral da CGTP deixou, esta sexta-feira, um apelo aos deputados do PS que estarão menos favoráveis às alterações à lei laboral para que rejeitem, na Assembleia da República, as propostas que tiveram "luz verde" pelo Governo, pelos patrões e pela UGT.
No final da reunião com a bancada do BE, Arménio Carlos adiantou que há uma "sintonia" de posições entre a CGTP e o BE nas criticas à proposta e lançou o desafio para que se juntem à restante esquerda.
"Os deputados do PS que defendem uma revisão da lei para repor direitos e valorizar o trabalho dos trabalhadores não podem votar uma proposta de lei que contraria tudo isso", e acrescenta: "Não basta dizer que se é de esquerda, é preciso que os deputados do PS se sintam livres para votar ao lado da esquerda rejeitando esta proposta de lei".
Esta semana, o líder parlamentar do PS, Carlos César, voltou a afirmar que os socialistas vão apresentar propostas de alteração ao texto que foi aprovado na concertação social. Arménio Carlos defende mudanças de fundo e não apenas alterações de pormenor à proposta.
"Se o PS e os seus deputados querem efetivamente avançar com propostas para romperem com este processo, em relação à precariedade basta introduzir este princípio: a um posto de trabalho permanente corresponde um vínculo permanente", disse.
Na base da contestação está ainda a extinção do banco de horas individual, a duração dos contratos a prazo limitada a dois anos ou o alargamento do período experimental para seis meses para os trabalhadores à procura do primeiro emprego e para os desempregados de longa duração.
Pelo BE, José Soeiro insistiu no final da reunião que as medidas do Governo não servem o combate à precariedade, mas adiantou, no entanto, que os bloquistas acreditam que a proposta aprovada na concertação social pode ser travada
"Contamos que ainda se possa anular as medidas que foram acordadas com os patrões e que criam novas formas de precariedade, que foram negociadas à última hora e anulam grande parte das medidas que o PS e o Governo tinha acordado com a esquerda para combate à precariedade", disse.
No dia 6 de julho, o parlamento debate as alterações à legislação laboral, com propostas de alteração por parte do BE, do PEV, do PAN, do PCP, e, ao que tudo indica, do PS. A CGTP agendou para esse dia um protesto junto da Assembleia da República.