Chega e IL querem ouvir Montenegro sobre Madeira. Ventura pede demissão de Albuquerque e Rocha explicações
André Ventura defende que “quem está à frente do Governo não pode estar sob suspeita de crimes graves como corrupção”.
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O presidente do Chega, André Ventura, defende a demissão de Miguel Albuquerque, na sequência das buscas da Polícia Judiciária (PJ) desta quarta-feira, na Madeira por suspeita de crimes de corrupção e participação económica em negócios.
“Estamos numa fase em que são suspeitas atrás de suspeitas. Se não têm consequências, gera na população enorme, sentimento de frustração e desorientação”, diz André Ventura, em declarações aos jornalistas, no Parlamento.
Já o líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, pede, primeiro, esclarecimentos, por parte de Miguel Albuquerque, numa altura em que, admite, as condições deste para governar estão “fragilizadas”.
“Creio que essas condições degradam-se a partir do momento em que não há uma explicação atempada”, nota Rui Rocha, sublinhando que Miguel Albuquerque tem de falar aos madeirenses “nas próximas horas”.
No entanto, se o presidente do Governo Regional da Madeira “não for capaz” de dar explicações convincentes, adverte o líder da IL, não terá “condições para continuar no cargo.
“E aí, se insistir em continuar, cabe ao presidente do PSD também explicar aos portugueses qual é o seu posicionamento”, Rui Rocha, envolvendo Luís Montenegro diretamente nesta questão.
O mesmo faz André Ventura, quequestiona se o líder do PSD, Luís Montenegro, mantém a confiança em Miguel Albuquerque, quando este se encontra numa posição semelhante à de António Costa, que se demitiu na sequência da operação Influencer.
“Não podemos ter uma bitola para o primeiro-ministro e concordar com a demissão e ter outra bitola para o Governo regional e não concordar com a demissão”, nota o presidente do Chega.
“Quem está à frente do Governo não pode estar sob suspeita de crimes graves como corrupção”, acrescenta.
Além de Luís Montenegro, a Iniciativa Liberal espera ainda que também Inês Sousa Real tenha uma palavra a dizer sobe este caso, dada a aliança entre o PSD e o PAN, na Madeira.
Quanto ao tempo em que decorrem estas buscas, próximo da campanha eleitoral, Rui Rocha afirma que ficaria mais preocupado se a Justiça esperasse pelas eleições.
“Quero acreditar que não há nenhuma relação entre as campanhas e os momentos das eleições e as investigações judiciais”, refere. “São coisas independentes. Se as investigações fossem atrasadas porque temos uma campanha eleitoral, eu ficaria preocupado. Quero crer que as coisas acontecem quando, do ponto de vista do tempo da Justiça, têm de acontecer.”
Na Madeira estão a decorrer "em várias áreas do Governo da Madeira e empresas", tendo já a Câmara Municipal do Funchal confirmado as buscas da PJ. A RTP avança ainda que as buscas decorrem também na residência oficial de Miguel Albuquerque.
Entre os crimes que estão na base desta investigação dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal do Ministério Público estão suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, abuso de poder, entre outros.