Chega exige saída de Albuquerque, CDS critica "discurso absolutamente demagógico"
No programa da TSF Conselho de Líderes, Pedro Pinto e Paulo Núncio defendem posições diferentes sobre a crise política na Madeira
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O Chega defendeu esta terça-feira, no programa da TSF Conselho de Líderes, que não resta outra opção a Miguel Albuquerque senão sair, uma exigência que, para o CDS, é “absolutamente demagógica”.
“Dentro do PSD Madeira já existem muitas vozes contra Albuquerque, portanto a única solução é abdicar do lugar”, começou por dizer Pedro Pinto do Chega.
Mas porque é que não quer sair?, questionou já com a resposta sabida: “Porque sabe que no dia em que sair do Governo regional terá problemas muito mais graves com a Justiça. Esta é a realidade”.
Quem não concordou foi o líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio, que considerou “este discurso absolutamente demagógico e sem qualquer tipo de credibilidade”.
“Isto é um facto. O Chega utiliza a arma da corrupção quando lhe apetece, porque se quisesse ser responsável e credível, nunca teria viabilizado um Governo que, segundo o Chega, tem como líder uma pessoa com problemas com a Justiça”, disse.
Questionado sobre se o CDS, num cenário de eleições, vai a votos sozinho ou ao lado do PSD, Paulo Núncio remeteu a decisão para o líder regional.
A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou esta terça-feira, por maioria, a moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Miguel Albuquerque, o que implica a queda do executivo.
O documento recebeu os votos a favor de toda a oposição - PS, JPP, Chega, IL e PAN, que juntos reúnem 26 eleitos, ultrapassando assim os 24 necessários à maioria absoluta -, enquanto o PSD e o CDS-PP (que tem um acordo parlamentar com os sociais-democratas) votaram contra.
A aprovação da moção de censura, uma situação inédita no arquipélago, implica, segundo o Estatuto Político-Administrativo da Madeira, a demissão do Governo Regional e a permanência em funções até à posse de uma nova equipa.